Donald Trump diz que reféns do Hamas serão libertados até dia 14 e anuncia viagem a Gaza no domingo (12)
O chefe da delegação negociadora do Hamas, Khalil al-Hayya, afirmou nesta quinta-feira, 9 de outubro, que o grupo recebeu “garantias dos irmãos mediadores e do governo americano, todos confirmando que a guerra terminou completamente”.
Em discurso, ele anunciou a conclusão de um acordo para encerrar a guerra na Faixa de Gaza, que inclui “o início da implementação de um cessar-fogo permanente, a retirada das forças de ocupação Israel, a entrada de ajuda humanitária e a reabertura da passagem de Rafah nos dois sentidos”. Segundo al-Hayya, o acordo também prevê a troca de prisioneiros, “com a libertação de 250 condenados à prisão perpétua e de 1.700 detidos da Faixa de Gaza que foram presos após o Sete de Outubro”, além da libertação de todas as crianças e mulheres.
O dirigente acrescentou que o Hamas seguirá trabalhando com as forças nacionais e islâmicas para “completar as etapas restantes, garantir os interesses do nosso povo palestino, permitir que ele decida seu próprio destino e conquistar seus direitos até o estabelecimento de seu Estado independente, com Jerusalém como capital”.
O gabinete israelense do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu aprovou o “esboço”’ de acordo para libertação de reféns mantidos pelo Hamas, disse o escritório. A aprovação veio após o gabinete de Segurança e a os ministros da coalizão de Netanyahu avaliarem e referendarem os termos costurados pelos Estados Unidos.
O presidente americano, Donald Trump, deve viajar ao Egito para uma assinatura do acordo e disse inclusive que visitaria Gaza. Com a entrada em vigor do cessar-fogo, Israel terá um prazo de 24 horas para que suas forças recuem inicialmente e mantenham o controle de apenas 53% da Faixa de Gaza. A partir desse prazo, o Hamas terá 72 horas para libertar todos os reféns israelenses restantes no enclave.
Trump – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira que reféns mantidos pelo Hamas devem ser libertados na segunda (13) ou terça-feira (14) e acrescentou que pretende viajar a Gaza e Israel no domingo (12).
Durante coletiva de imprensa antes de reunião bilateral com o presidente da Finlândia, Alexander Stubb, o republicano disse que, após o conflito no Oriente Médio, “queremos chegar a um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia” e previu que ambos os países “voltarão à mesa de negociações muito em breve”.
Trump disse ainda que os EUA “podem impor mais sanções contra a Rússia para pressionar pelo fim da guerra na Ucrânia” e ressaltou que não planeja retirar tropas americanas da Europa, embora “possa movê-las de lugar” dentro do continente.
Questionado sobre a possibilidade de receber o Prêmio Nobel da Paz, cujo anúncio ocorre nesta sexta-feira (10), o republicano declarou: “Resolvi oito guerras em nove meses. Ninguém nunca fez isso em três anos, quem dirá em nove meses.”
Brasil – O governo brasileiro saudou o anúncio do acordo de cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. Em nota, o Ministério de Relações Exteriores também reconheceu “o importante papel desempenhado pelos Estados Unidos” no plano e disse valorizar “a atuação dos demais países mediadores: Catar, Egito e Turquia”.
“O governo brasileiro ressalta a dimensão humanitária do acordo e enfatiza que o cessar-fogo deverá resultar em alívio efetivo para a população civil. Reitera a necessidade de assegurar acesso pleno, imediato, seguro e desimpedido da assistência humanitária e das equipes das Nações Unidas que atuam no terreno”, disse o Itamaraty por meio de nota. E continua:
“O Brasil exorta as partes a cumprirem todos os termos do acordo e a engajarem-se de boa-fé em negociações para assegurar a efetivação da retirada completa das forças israelenses de Gaza, o início do urgente processo de reconstrução da Faixa, sob coordenação e supervisão palestina, e a restauração da unidade político-geográfica da Palestina sob seu legítimo governo, em consonância com o direito inalienável de autodeterminação do povo palestino.”

