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Até quando ficaremos divididos entre o “ele sim” e o “ele não”?

Confesso que essa batalha do #elenão e #elesim algumas vezes me deixa confuso. Afinal, quem é o seu “ele não” ou “ele sim”? Parece que as pessoas têm medo de falar esse nome que supostamente não pode ser dito. O que vejo é um enorme ques­tionamento sobre machismo.
Geralmente, quem fala isso é uma mulher. Vi, inclusive, a vice do Haddad criticando o machismo e em uma certa frase ela usou a palavra feminismo três vezes. Eu fico confuso, o machis­mo é proibido, errado, questionado, uma coisa que deve ser to­talmente excluída da sociedade, mas o feminismo radical pode?

Sempre fui a favor dos direitos iguais. Há dez anos, quando ganhei a guarda definitiva do meu filho, defendia essa postura sem hipocrisia. Eu realmente acho que não exista nenhuma diferença en­tre a capacidade de um homem e mulher. Se fosse há dois mil anos, quando tudo era a base da força física, faria sim diferença em uma eventual caça, batalha, onde era necessário usar espada, ou arma­dura pesada para defender uma civilização, até justifica. Mas acho insano ocorrer uma diferenciação política, não só social.

Historicamente os homens iam para a guerra e a maioria das mulheres não participava da batalha e consequentemente não sabiam o que estava acontecendo. Por isso, era somente eles que decidiam a respeito de questões políticas, e até administrativa da comunidade. O que para mim também não justifica porque você precisa de um equilíbrio.

Mas hoje, você precisa de uma espada para decidir alguma coisa? Não, uma caneta decide. Ou, muitas vezes, uma capaci­dade intelectual, algum estudo. Hoje as mulheres são atuantes nas universidades, ocupam altos cargos. Sei que ainda existe essa diferenciação, fruto de uma cultura absurda, subdesenvol­vida, afinal a mulher é tão capaz quanto o homem, e o contrário também, e que ambos podem sozinhos gerir uma família, assim como aconteceu comigo. Eu administro as tarefas de ser pai, empresário, profissional e empreendedor, sem que uma coisa comprometa a outra.

Quando me separei, fiquei com nosso filho porque chegamos a um acordo, o que não significa que eu, naquela situação, era melhor ou pior do que a mãe dele. Então, particularmente, eu não acredito nessa história. Quem questiona o machismo, assim como quem questiona o feminismo ou a homossexualidade é tão preconceituoso ou mais do que aquele que eventualmente está só externando a sua possibilidade ou vontade política.

Infelizmente, o que noto hoje é que as pessoas estão muito engajadas em um ódio pessoal, seja de classe, sexo, oportunidade na vida e estão se apoiando muito mais nesse ódio para justificar outras formas de pensar e agir.

Assistindo a uma entrevista da candidata à vice do Had­dad, notei que ela não consegue ter um nexo de conversa entre uma situação e outra. Há tanto ódio no discurso imbuído por questões extremamente desconexas, colocada de uma forma tão pessoal, que parece ter ódio da humanidade ou de qualquer coisa que seja contrária a razão política dela. E infelizmente eu identifico esse comportamento em muitas pessoas.

Essa campanha #elesim e #elenão, vou fazer isso ou vou fazer aquilo, é desgastante. Vi pessoas colocando cartazes escritos “eu jamais serei machista” nas mãos de meninos. O que uma criança sabe sobre isso? Hoje, homem e a mulher são capazes de cuidar de uma família sozinhos. Meu filho tem 11 anos e eu o criei sem a ajuda de ninguém, absolutamente sozinho, nem minha família tão pouco a da mãe dele.

Sempre eu e ele a vida inteirinha. Pelo contrário, o que algu­mas pessoas puderam fazer para atrapalhar fizeram, mas ele está aí, super bem, sadio, com um emocional equilibrado, e um me­nino doce e carinhoso. E não tenho dúvidas de que uma mulher solteira tem total capacidade de fazer o mesmo tanto na parte social e empresarial. Basta a gente querer, e deixar o preconceito de lado.

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