Em convenção nacional realizada nesta quinta-feira, 5 de junho, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) aprovou a fusão com o Podemos. A convenção foi realizada em Brasília (DF), de forma híbrida (presencial e online). Com 201 votos favoráveis e dois contrários, os parlamentares da legenda, delegados estaduais e membros do diretório nacional aprovaram a união de siglas.
A convenção também deu poderes para a Executiva do partido negociar a elaboração do novo estatuto e programa partidário. Em Ribeirão Preto, a Câmara tem apenas um vereador do PSDB, Maurício Vila Abranches. Nas duas legislaturas anteriores – 2017/2020 e 2021/2024 –, eram três em cada. O ex-prefeito Duarte Nogueira (PSDB) votou a favor da fusão.
Por meio de nota enviada ao Tribuna, ele justificou o voto. ”Votei favoravelmente à incorporação do Podemos ao PSDB por entender que a união fortalece o campo democrático, amplia a representatividade e oferece ao Brasil um projeto político mais sólido, equilibrado e comprometido com a estabilidade institucional e o desenvolvimento sustentável do país.”
Contudo, Duarte Nogueira deverá deixar o partido, migrando para o Partido Social Democrático (PSD) de Gilberto Kassab e do prefeito Ricardo Silva. Há 15 dias, ele se reuniu com a cúpula da legenda, em São Paulo. As negociações para a migração do tucano estariam em estágio final. O União Brasil (UB), que recentemente formou uma federação com o Progressistas (PP), também convidou o ribeirão-pretano para filiar-se á sigla.
O novo partido se chamará provisoriamente PSDB+Podemos, provavelmente até a eleição nacional. O nome definitivo deve ser decidido após pesquisas e consulta aos filiados. Os tucanos ainda tentam manter o controle da nova legenda, mas há uma divergência entre os dois partidos sobre quem comandará a sigla.
O Podemos reivindica a presidência para a deputada Renata Abreu por ser maior do que o aliado atualmente. Já os tucanos querem convencê-la a fazer um rodízio nas funções, com cada grupo assumindo o comando por seis meses, pelo menos até a eleição municipal. Esses pontos serão negociados ao longo do próximo mês, enquanto os novos programa e estatuto são elaborados.
A sigla nasce com pretensões nacionais, mas sem um nome forte para concorrer à Presidência da república. O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, estava cotado, mas preferiu sair em maio e entrar no PSD de Kassab. O PSDB também perdeu a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, para o PSD e vê investidas de outros partidos sobre o seu último governador, Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul.
A fusão ocorre após a legenda praticamente definhar. O PSDB chegou a eleger 99 deputados federais e sete governadores em 1998, além de contar com 16 senadores. Na eleição nacional passada, sequer lançou candidatura própria para a Presidência e elegeu apenas 13 deputados federais, três governadores e nenhum senador. Em 2024, teve sua pior eleição municipal da história.
A expectativa é dar entrada com o pedido de fusão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no mês de julho e receber o aval até setembro ou outubro. Após isso, os dirigentes querem negociar também uma federação com outros partidos, como o Solidariedade.