Na data em que se comemora o “Dia do Gari”, termo utilizado para identificar varredores e coletores de resíduos, Welligton Carlos de Assis Santos, de 37 anos, é um exemplo que merece destaque. Sua trajetória evidencia a importância do reconhecimento da profissão, que é considerada serviço essencial para as cidades e saúde pública.
Há pouco mais de 10 anos, o coletor saiu de Palmares, no Pernambuco, onde era cortador de cana-de-açúcar desde os 14 anos de idade, em busca de uma vida melhor. Chegou em Pradópolis, no interior de São Paulo, com a expectativa de um emprego diferente, no entanto, no primeiro ano não conseguiu a mudança desejada.
“Eu senti um pouco de medo de sair do Pernambuco, mas não me arrependo. Por um ano continuei na roça em Pradópolis, mas não desisti de buscar o que me fez sair da minha cidade. Fiquei sabendo de uma oportunidade de coletor de lixo na Estre pelo meu cunhado e me candidatei à vaga. Quando fui chamado, vim para Ribeirão Preto e, desde então, trabalho nas ruas da cidade recolhendo os resíduos, e me sinto muito feliz por isso”, comenta.
Assim como o Welligton, Claudinei Araújo Alves, de 44 anos, também saiu da cidade natal – Costa Machado, interior de SP – em busca de melhorias e, atualmente, ressalta sua gratidão por também ter trocado a roça pela profissão de gari. Ele conta que esse foi o ponto de partida para várias conquistas, como a promoção profissional passando a ser motorista e a formação de sua família.
“Eu comecei trabalhar aos 12 anos de idade em uma roça para ajudar no sustento de casa. Cheguei à cidade com R$ 50 no bolso e pouca esperança de conseguir um trabalho fácil, mas a época, em 2001, fui admitido como coletor de galhos e, depois, passei a varredor de rua. Desde então, me dediquei para ter outras oportunidades. Aqui na Estre, pude colher o que estava plantando. Hoje, sou motorista da coleta e, com isso, conquistei minha família, minha casa própria e posso dizer que me sinto grato e orgulhoso.”
Claudinei completa: “Ser gari, para mim, foi um aprendizado de vida. Desejo que todos os que exercem essa profissão possam crescer cada vez mais.
Para o supervisor de operação, Sandro Rogério Scandiuzzi, essas são apenas duas das diversas histórias de conquistas alcançadas pelos garis da Estre Ambiental.
“É comum entre nossos garis ouvirmos histórias de superação e conquistas. A Estre procura sempre reconhecer e incentivar esses colaboradores, por meio de oportunidade de trabalho formal e, principalmente, proporcionando crescimento profissional dentro do grupo”, reforça.
Dados – Segundo estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil conta com cerca de 400 mil pessoas que atuam como garis, que incluem profissionais que atuam na varrição de ruas, coleta de resíduos, capina de áreas públicas e manutenção da limpeza urbana. Somente na Estre Ambiental SPI (São Paulo e Interior) são 216 ‘garis’.
Em Ribeirão Preto, são recolhidos, por turno, cerca de 260 toneladas de resíduos domiciliares.