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Esperança nas Mãos dos Eleitos: O Novo Ciclo das Cidades 

André Luiz da Silva *
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 Quase recuperados das confraternizações, após consumirem todas as refeições e bebidas possíveis e enfrentarem as filas no comércio para trocar os presentes que não serviram, a maioria dos brasileiros começa a retomar sua rotina. 

O feriado de 1º de janeiro, Dia da Confraternização Universal, marcou a transmissão de cargos nas prefeituras e câmaras municipais. No Executivo, a última eleição teve um recorde de reeleitos: foram 2.461 entre os 3.006 candidatos que concorriam à reeleição, ou seja, 82% ganharam nova oportunidade, fruto da confiança da população em seu trabalho. Foi o caso de Franca, com a reeleição do prefeito Alexandre Augusto Ferreira. Há situações curiosas, como em Sertãozinho, onde, embora não tenha disputado a reeleição, Zezinho Gimenez tomou posse para seu quinto mandato. Em Ribeirão Preto, Ricardo Silva assumiu após vencer uma das disputas mais acirradas do país. 

Ao descerem dos palanques e ocuparem os gabinetes nos palácios ou centros administrativos, os prefeitos se debruçam sobre as peças orçamentárias – Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e, especialmente, a Lei Orçamentária Anual – com o objetivo de transformar suas promessas em realizações. Embora, durante as campanhas, falar em resolver todos os problemas seja mais simples, a prática revela outros desafios. O acesso à saúde, os altos índices de criminalidade, a exclusão social e a desigualdade econômica figuram entre as demandas mais urgentes e comuns na maioria dos municípios. A falta de saneamento básico, a poluição e a degradação ambiental, as moradias precárias e as pessoas em situação de rua também exigem medidas assertivas. 

Aos mais de 58 mil vereadores e vereadoras empossados nesta quarta-feira caberá, prioritariamente, elaborar leis que promovam o bem-estar e a organização social da cidade, além de fiscalizar as finanças e o orçamento do município. Compreender seu verdadeiro papel é essencial, assim como reconhecer a necessária existência de composições e oposições conscientes e responsáveis. Em algumas cidades, a eleição das mesas diretoras e os discursos de posse já indicam que alguns estão mais preocupados com a eleição nacional de 2026 do que com as demandas locais. 

Durante a campanha, muitos eleitos prometeram transformar a administração municipal, tornando-a mais eficiente, ágil e preparada para enfrentar as crescentes demandas. A modernização e a utilização de ferramentas tecnológicas foram citadas com frequência, quase como mantras. A valorização do servidor público municipal também esteve presente nos discursos e, agora, precisa se concretizar. 

É importante compreender que o município é um grande prestador de serviços, inclusive das políticas nacionais e estaduais, e que os servidores públicos são os responsáveis por executar os projetos. Valorizar, estruturar e capacitar esses profissionais, fornecendo-lhes os meios e a estrutura necessários, é o primeiro passo para uma gestão de sucesso. 

Após fazerem orações, usarem roupas brancas, comerem lentilhas, uvas verdes e romã, pularem ondas ou soltarem fogos de artifício (sem barulho), os brasileiros aguardam ansiosamente que seus sonhos se tornem realidades e torcem para saber se fizeram as melhores escolhas nas urnas. 

Que, ao final dos próximos quatro anos, possamos celebrar os êxitos dos mandatos, contando com cidades melhores e populações mais felizes. 

 

* Servidor municipal, advogado, escritor e radialista 

 

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