José Eugenio Kaça *
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Nos últimos tempos a deterioração dos parlamentos pelo Brasil é coisa já mais vista, e o Congresso Nacional puxa a fila. Certa vez perguntaram para o Deputado Ulisses Guimaraes sobre a qualidade dos deputados, e ele respondeu o seguinte: “se você acha este Parlamento ruim; espere para ver os próximos vão ser cada vez pior”. Acertou na mosca. Nestes tempos sombrios, onde a extrema direita está se proliferando pelo mundo, o Brasil também entrou nesta pandemia, e os parlamentos foram contaminados por este vírus.
O que vemos acontecer todos os dias no Congresso Nacional é coisa inimaginável há alguns anos, e o pior de tudo é que vivem usando um período da educação básica, onde a meninada na transição do ensino fundamental, quando chegam na 5ª série, que agora não é mais série e sim ano, passam pela fase de adaptação, pois saem da convivência com um professor (a), para ter um professor (a) por matéria, e isso cria momentos de conflitos que acabam na indisciplina. E com isso foram estigmatizados, como a marca de bagunceiros, que não respeitam as regras.
Os radicais da extrema direita não têm limites, usam e abusam de mentiras contumazes para tentar fazer valer as suas delinquências e iniquidades. E o pior de tudo é ver a educação básica sendo usada para definir estes marginais como quintas séries, e ultimamente como parlamentares que frequentam a educação infantil. Como disse Renato Russo: “Que país é esse!”. Estes mesmos parlamentares que se intitulam patriotas, ao invés de se preocuparem em melhorar as condições de vida do povo brasileiro, vivem gastando o nosso dinheiro para ir lamber as botas do presidente dos Estados unidos, e usando aquele boné ridículo com a frase “Make América Great Again” (Torne a América grande novamente), foram barrados do baile, pois o Trump está cagando e andando para o Brasil. Que vergonha!
Os Estados Unidos impuseram o neoliberalismo para o mundo, mas estão aplicando o mais ferrenho protecionismo, voltando ao século 19, e estes patriotas sem qualidade moral ficam batendo palmas para o seu opressor. Quando vi uma senhora falar em um podcast, que a melhor fase do ser humano na terra tinha sido a Idade Média, pois havia mais religião. Muitos deram risadas ridicularizando esta fala, entretanto, o vírus que estava encubado foi liberado, e agora já contaminou boa parte dos brasileiros, que perderam aquela solidariedade outrora admirada por outros povos – perdemos a essência.
O indiciamento do capitão por tentativa de abolição da democracia no Brasil, mostrou que o respeito pela vida humana, não faz parte da índole dessa gente. “Deus Pária e Família” frase oriunda do nazifascismo é apregoada por esta gente que enche a boca para falar de “Deus”, mas um “Deus” como era o Zeus da mitologia grega; um “Deus” que vive lançando raios e flexas envenenadas para liquidar os supostos inimigos, e estes “homens ungidos” estão dominando a política brasileira.
Como lutar pela paz, se a maioria prefere a guerra. Falamos a todo momento de futuro para as nossas crianças, mas que futuro os espera com tanta gente esticando a corda, e com isso enforcando o futuro das novas gerações. A solução está na educação solidária e humanizada, no entanto o radicalismo está cegando as pessoas. Um fato ocorrido em uma escola privada, mostrou o perigo do radicalismo tomar conta. Uma mãe chegou armada na escola, e ameaçou de morte uma professora, que havia alertado a mãe sobre a alguma deficiência que seu filho apresentava, ao invés dialogar e tentar ajudar o seu filho, preferiu o cominho da violência. A pregação constante de criminosos, que temos que eliminar o inimigo vai ficando perigoso, e sem vacina esta epidemia vai causar muitos danos.
* Pedagogo, líder comunitário e ex-conselheiro da Educação