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Evento celebra beatificação de Clélia Merloni

De 16 a 24 de março, a cidade de Ribeirão Preto sedia a Semana Missionária Cleliana, promovida pelo Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, fundado pela Bem-Aventurada Clélia Merloni

A beatificação de Clélia Merloni foi reconhecida pela Igreja em 03 de novembro de 2018, em Roma, pelo milagre alcançado ao médico Dr. Pedro Ângelo de Oliveira Filho, ocorrido na Santa Casa de Ribeirão Preto. Para celebrar sua beatificação, divulgar o seu carisma e agradecer o milagre, um grupo de Apóstolas do Instituto estarão presentes em Ribeirão, na semana de 16 a 24 de março, com diversas atividades de evangelização nas Paróquias da Forania São Sebastião, com visita aos doentes, idosos, portadores de necessidades especiais e entidades carentes.

Na programação, vale destacar a missa na Santa Casa, no dia 18 de março, às 16 horas, local onde ocorreu o milagre. No dia 20, às 11h30, a missa será no Calçadão, reunindo todas as Apóstolas em missão. O encerramento da Semana Cleliana será coroado com a Celebração Eucarística de Ação de Graças, pela Beatificação de Clélia Merloni e pelo milagre ocorrido na Santa Casa de Ribeirão, às 11h, na Catedral Metropolitana São Sebastião, pelo arcebispo Moacir Silva.

A Missa será transmitida, ao vivo, pelo Ribeirão WebNews e através da página oficial do Instituto, facebook /ASCJ.Roma

Bem-aventurada
Clélia Cleópatra Merloni nasceu em Forli, na Itália, em 10 de março de 1861. À medida que ia crescendo sentia-se sempre mais atraída para a oração e à intimidade com Deus, do que para a vida social da elite ou para administrar os negócios da família conforme seu pai teria desejado. Clélia compreendeu desde cedo que seguir os passos de seu pai na condução do patrimônio familiar não era o que seu coração desejava. Mulher inteligente, dotada de muitas qualidades, respondeu com generosidade ao chamado de Deus, escolhendo consagrar-se totalmente a Deus na vida consagrada.

Em 30 de maio de 1894, fundou o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, colocando a serviço dos mais necessitados e marginalizados todo o seu potencial carismático, suas energias, seu zelo apostólico e a considerável herança deixada por seu pai.

Em 1900 e 1902, enviou as primeiras Apóstolas Missionárias para as Américas (Brasil e Estados Unidos, respectivamente) e a Congregação começou a se desenvolver também no exterior.

Fundar o Instituto era responder ao projeto de Deus e conduzi-lo segundo o Coração de Deus. Isto significou para Madre Clélia tempos de purificação, já que teve que enfrentar provas difíceis, profundas humilhações, dores físicas, morais e espirituais. Tudo acolheu e aceitou com amor e por amor àquele Coração a quem ela doou toda a sua existência. Sua vida consumou-se na plena doação, nos sacrifícios diários, alimentados pela humildade e capacidade de perdão, sobretudo para com aqueles que voluntária ou involuntariamente colocaram grandes obstáculos no seu caminho.

Madre Clélia morreu em Roma, em 21 de novembro de 1930. Seu corpo, depois de ser exumado em 1945 e encontrado incorrupto, agora repousa na Capela da Casa Geral das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, em Roma.

Sobre o milagre
A história do milagre começa quando o médico brasileiro Dr. Pedro Ângelo de Oliveira Filho foi, repentinamente, atingido por uma progressiva paralisia dos quatro membros e foi hospitalizado, com urgência, no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Ribeirão Preto. O diagnóstico foi de paralisia ascendente progressiva, chamada síndrome de Landry ou Guillain Barré. Em dias, a paralisia piorou para insuficiência respiratória aguda e atingindo a glote, causando grande dificuldade em engolir. O prognóstico era ruim, dada a gravidade da doença e os remédios da época insuficientes para a cura. Tanto que os médicos suspenderam os tratamentos e, em 20 de março, informaram a família que seria a última noite do paciente.

Dada a situação, Angelina Oliva, esposa, se encontrou com a Irmã Adelina Alves Barbosa para pedir orações. A religiosa deu-lhe uma novena de Madre Clélia, com uma foto contendo um pedaço do tecido do véu que ela usava. Irmã Adelina, juntamente com Angelina, seus filhos e outros parentes começaram a rezar. Irmã Adelina aproximou-se do paciente e deu-lhe água, onde colocou a pequena relíquia. O paciente estava muito doente, mas conseguiu engolir um pouco daquela água. Depois de alguns minutos perceberam que ele conseguia engolir e não perdia mais a saliva. Irmã Adelina tentou dar-lhe uma colher de água e ele bebeu, depois colocou dois dedos de água num copo e fez com que ele bebesse. Por último, colocou leite no copo e ele bebeu sem problemas. Todos ficaram maravilhados com a rápida melhora, tanto que a religiosa foi à cozinha para preparar um creme e Pedro Ângelo engoliu com facilidade.

O médico chegou de manhã e, ao ver o paciente curado, exclamou que era um milagre. A melhora foi progressiva e, dentro de 20 dias, Pedro Ângelo caminhava normalmente. No dia 6 de maio, recebeu alta do hospital porque a cura foi completa, permanente e sem sinais dos sintomas.

Pedro Ângelo morreu em 25 de setembro de 1976 devido a uma parada cardíaca, portanto, por uma causa completamente diferente de sua doença anterior e após vinte e cinco anos da sua recuperação milagrosa.

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