A desigualdade de inteligência é uma constatação que persiste devido ao fato de os escores de QI serem parcialmente influenciados pelos genes, como indicado pelo Coeficiente de Herdabilidade, cujos escores têm se revelado maiores que zero em inúmeros estudos realizados nesse domínio. Como consequência, intervenções ambientais não equalizam inteligência nas pessoas, pois as influências genéticas ainda permanecem. Do mesmo modo, mudar programas educacionais, melhorar o status socioeconômico da família ou fazer com que as comunidades sejam as mais similares possíveis também não equalizará a inteligência das pessoas porque nenhuma dessas mudanças ambientais alteram o fato de que as pessoas variam geneticamente e que tais variações causam algumas das diferenças na inteligência. Desde que variação genética existe em humanos, também haverá diferenças no QI. Logo, pressupor a equalização de um maior QI é irrealista. Mesmo se todos os países eventualmente se tornassem mais ricos, mais afluentes, mais educados e mais industrializados, isso não equalizaria os escores de QI no mundo pois diferenças genéticas entre humanos ainda existiriam. Apenas para traços com baixa herdabilidade, ou seja, para aqueles ambientes que já exercem uma influência robusta sobre as diferenças de inteligência, as diferenças individuais seriam reduzidas substancialmente.
É importante reconhecer que melhorar o ambiente para cada pessoa é diferente de remover diferenças ambientais. Melhorar ambiente em geral pode aumentar o escore de QI médio sem impactar a importância das diferenças ambientais em genética em produzir diferenças relativas nos escores de QI. Na realidade, equalizar ambientes não removerá o impacto das diferenças genéticas em sua totalidade, mas, sim, aumentará apenas o poder relativo das diferenças genéticas. Aparentemente, enviar crianças a um ambiente intelectualmente estimulante permitirá que seus genes se expressem de maneira que aumentar-se hão as diferenças genéticas nas habilidades que ora são estimuladas. Ambientes positivos parecem permitir que as influências genéticas sejam mais pronunciadas, portanto, quaisquer esforços para melhorar o ambiente para uma população inteira provavelmente aumentará a influência da genética, pois o coeficiente de herdabilidade aumentará. Ironicamente, um ambiente melhorado e enriquecido pode aumentar a importância das diferenças genéticas entre pessoas, o que é exatamente o oposto do objetivo de algumas pessoas que estão tentando enriquecer os ambientes.
Assim considerando, os seguintes fatos sugerem que tentativas do mundo real para equalizar inteligência nas pessoas não serão bem-sucedidas devido às seguintes razões: a) os resultados convergem quando há tentativas para equalizar ambientes, ou seja, todos os ambientes mostram, em geral, médias e variabilidades similares; b) os genes têm grande influência nos escores de QI; e c) a herdabilidade é mais elevada em ambientes mais positivos. Na realidade, reduzir todas as diferenças individuais em qualquer traço, incluindo inteligência, requer erradicar totalmente as causas dessas diferenças. A tecnologia atual não nos permite, através de qualquer engenharia genética, que isso ocorra. Éticamente, implementar qualquer programa dessa natureza não é honestamente possível.
Não obstante, há muitas maneiras de melhorar a vida das pessoas, sendo o melhor modo de fazê-lo algo dependente dos recursos objetivos e éticos da sociedade. Mas, qualquer que seja o meio, importa ter um entendimento realista do que provavelmente é, ou não, possível, dado o corrente conhecimento.