A 30ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow 2025), que terminou nesta sexta-feira, 2 de maio, em Ribeirão Preto, gerou um volume total de R$ 14,6 bilhões em intenções de negócios, novo recorde desde 1994 e 7,35% superior aos R$ 13,6 bilhões de 2024, acréscimo de R$ 1 bilhão.
Contudo, a concretização de todos os negócios dependerá do total da linha de crédito que o governo federal irá disponibilizar no Plano Safra, ainda não anunciado. A expectativa é ultrapassar R$ 15 bilhões em vendas. A organização também anunciou que 197 mil pessoas passaram pela feira desde a segunda-feira, 28 de abril.
São cerca de dois mil visitantes a mais que os 195 mil do ano passado, crescimento de 1,02%, mas bem abaixo da projeção otimista de 220 mil pessoas. A próxima edição será de 27 de abril a 1º de maio de 2026. Além de movimentar a economia, a Agrishow é um polo de geração de empregos temporários e indiretos.
Em 2024, mais de 7.000 profissionais se credenciaram para atuar na feira, atendendo expositores e apoiando operações de montagem, realização e desmontagem do evento. Considerando os empregos indiretos, esse impacto é ainda maior.
A projeção de intenção de venda está atrelada à expectativa de um Plano Safra robusto, que deve ser anunciado na segunda quinzena de junho. “Grande parte de tudo o que nós vamos falar desse número está vinculada ao novo Plano Safra”, pontua o presidente da Agrishow, João Marchesan.
“De acordo com os números do Plano Safra – o volume de dinheiro disponível e a taxa de juros que for definida – nós teremos êxito nessas intenções de venda, porque veremos confirmados os nossos negócios”, completa. O presidente da feira ressaltou que, caso o governo apresente condições abaixo do esperado, o cenário pode mudar.
“Se tivermos um Plano Safra que não seja condizente com a taxa de juros ou com o volume de recursos disponível, veremos uma situação diferente”, disse. Ele enfatizou que o levantamento considera exclusivamente máquinas agrícolas.
Estudo da Secretaria de Turismo e Viagens do Estado de São Paulo (Setur-SP) durante as edições de 2023 e 2024 indica que a injeção de recurso pode chegar a R$ 500 milhões na economia regional. Esse montante contemplaria os gastos dos visitantes em transporte, hospedagem, bares e restaurantes, compras em comércios locais, visitas a parentes e amigos, atividades culturais, entretenimento e passeios turísticos.
Na edição do ano passado, 85,7% dos participantes eram turistas vindos de outras cidades do estado de São Paulo, que tiveram gasto médio de R$ 1.100 por pessoa. O comércio e a prestação de serviços – principalmente dos setores de hotelaria e de bares e restaurantes – lucraram com a Agrishow.
Em dias normais, o tíquete médio por pessoa varia de R$ 150 a R$ 200. No período da Agrishow, sobe para entre R$ 400 e R$ 450. Neste ano, a Agrishow teve como tema “O Futuro do Agro de A a Z”. Mais de 800 marcas expositoras nacionais e internacionais participaram do evento em 520 mil metros quadrados de área.
A organização da Agrishow já projeta a expansão da área do evento para a próxima edição. Marchesan disse a área será maior em 2026, diante da forte demanda por espaços. “Quando fizemos a primeira Agrishow, em 1994, tínhamos 50 expositores e 15 mil visitantes. Hoje são 800 expositores, não temos mais espaço, e estamos expandindo”, afirma.
A proposta é tornar o evento ainda mais relevante no cenário internacional. “Queremos transformar a Agrishow em uma feira ainda mais internacional. Queremos receber expositores estrangeiros que queiram investir no Brasil e mostrar sua tecnologia”, disse Marchesan na coletiva desta sexta-feira.
A Agrishow é uma iniciativa das principais entidades do agronegócio no país. São elas a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), Federação da Agricultura e da Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) e Sociedade Rural Brasileira (SRB). É organizada pela Informa Markets.