Gol do Pantera veio após Jefferson Nem roubar bola no ataque nos minutos finais
Por Hugo Luque
Para alguns, um mês de trabalho não é o suficiente para implementar uma ideia de jogo. Para Ivan Izzo, um dia de treinamento foi suficiente para que o Botafogo entendesse sua filosofia e aplicasse a pressão alta diante do Paysandu, na noite de terça-feira (7), em confronto que terminou com vitória tricolor por 1 a 0, no Estádio Santa Cruz/Arena Nicnet, pela Série B do Campeonato Brasileiro.Desde o sábado, quando o Pantera anunciou a saída de Allan Aal, Izzo assumiu o posto de técnico interino e, logo de cara, fez o time jogar um futebol melhor do que havia apresentado nas rodadas anteriores. Ainda que o primeiro tempo tenha sido pouco produtivo, a segunda etapa foi animadora e terminou em triunfo.
“Eu acho que é mérito dos atletas, que entenderam aquilo que a gente colocou para eles. No primeiro tempo, tivemos dificuldade de fechar o espaço por dentro e de não saltar a pressão que a gente tinha trabalhado na segunda-feira. No intervalo, conversamos com eles, que entenderam o gatilho de pressão e, consequentemente, nos posicionamos melhor, passamos a ficar mais com bola e as coisas começaram a acontecer com fluidez em relação ao que a gente tinha trabalhado na segunda à tarde”, detalhou.
Os pilares da estratégia utilizada pelo ex-goleiro foram os pontas e os meio-campistas articuladores. Na escalação inicial, as duplas foram compostas por Jefferson Nem e Gabriel Barros (pelos flancos), e pelos argentinos Leandro Maciel e Alejo Dramisino (mais centralizados). A ideia não surtiu efeito, ao menos logo de cara, por conta do plano de jogo do Papão.
“A coisa não aconteceu muito no primeiro tempo porque os laterais do Paysandu ficaram baixos e a gente tinha trabalhado muito a penetração do Maciel pelo lado esquerdo, com o Nem baixando, e pelo lado direito, com o Alejo. Não aconteceu por isso”, disse o treinador interino.
Para a última etapa da partida, Izzo promoveu mudanças táticas e, posteriormente, trocou jogadores – as substituições de grande impacto foram as entradas de Ronie Carrillo e Marquinho, o que deu outra dinâmica ao ataque. Aos 44 minutos, a batalha estratégica foi vencida pelo Pantera quando Nem roubou a bola no campo de ataque, invadiu a área e rolou para Carrillo marcar o único gol do duelo. Mérito de quem estava em campo, de acordo com o comandante.
“No segundo tempo, pedi para os extremos permanecerem com os laterais e para Alejo e Maciel balançarem entre eles, para termos linha de passe. Como frisei, nosso salto de pressão estava fazendo a gente tomar passes por dentro, e então corremos para trás. No segundo tempo, acertamos isso e, mais uma vez, mérito dos atletas que entenderam e executaram. Importante frisar que temos um grupo trabalhador, muito correto e o mérito do resultado é total deles.”
Na luta para evitar o rebaixamento, o Botafogo volta a campo pela Série B apenas na próxima terça-feira, às 19h30, fora de casa, contra a Chapecoense.