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Geral

Massacre em Suzano – Polícia pede apreensão de 3º suspeito

AMANDA PEROBELLI-REUTERS

A Polícia Civil está investigan­do a participação de um adoles­cente de 17 anos na organização do atentado na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, que deixou dez mortos e onze fe­ridos na quarta-feira, 13 de março. Este suspeito era colega de classe do atirador Guilherme Taucci Monteiro, também de 17 anos, e teria ajudado no planejamento do crime, cometido também por Luiz Henrique de Castro, de 25.

Segundo a investigação, ele es­tava na cidade de Suzano no mo­mento do ataque, mas não foi até a escola. O jovem já foi ouvido pela Polícia Civil, que nesta quinta-feira (14) pediu à Vara da Infân­cia e da Juventude a apreensão do adolescente e espera autori­zação. Ele também é ex-aluno da unidade e estudou com Gui­lherme, garoto que, segundo os policiais, liderou o ataque. A par­ticipação do novo suspeito teria ocorrido na fase de preparação. A polícia não revelou quais provas ligam o menor ao ataque.

No ataque morreram cinco estudantes, Jorge Antonio Mo­raes, de 51 anos – tio de Guilher­me Monteiro e dono da locadora onde a dupla roubou o Chevrolet Onix branco usado no crime –, a coordenadora Marilena Fer­reira Vieira Umezo, de 59 anos, e Eliana Regina de Oliveira Xavier, de 38, funcionária do colégio. Os dois atiradores estavam juntos logo na entrada. De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, o crime estava sendo planejado ao menos desde novembro e as conversas entre os comparsas ocorriam principal­mente de forma presencial, já que moravam perto um do outro.

A Polícia Civil ainda realiza perícia nos equipamentos apre­endidos para apurar a suspeita de que fóruns da deep web incitaram a tragédia. “Eles não se sentiam reconhecidos na comunidade que faziam parte e queriam agir como em Columbine, com crueldade. Este era o principal objetivo: a re­percussão”, disse Fontes. O dele­gado detalhou que a besta, o arco e flecha, o machado e as roupas táticas foram adquiridos pelo site Mercado Livre, plataforma que permite vendas diretas entre co­merciantes e consumidores.

Os corpos das vítimas do mas­sacre na Escola Estadual Raul Bra­sil foram enterrados na tarde desta quinta-feira, sob aplausos e muita comoção. O velório coletivo co­meçou por volta das sete horas, na Arena Suzano, no Parque Max Fe­ffer, e teve mais de 15 mil pessoas, que formaram filas e chegaram até em ônibus escolares.

Os corpos velados no local foram dos adolescentes Caio Oli­veira, Kaio Lucas da Costa Limei­ra, Samuel Melquíades Silva de Oliveira, Claiton Antonio Ribeiro e das funcionárias da escola Eliana Regina de Oliveira Xavier e Ma­rilena Ferreira Vieira Umezo. Por volta de 9h30, mais de 100 pesso­as aguardavam em uma fila para prestar condolências aos familia­res das vítimas que foram veladas na Arena Suzano. No centro do ginásio, dispostos os caixões. No local, além de familiares e amigos, moradores do entorno também prestaram homenagens.

Douglas Murilo Celestino, de 17 anos, foi o único dos cinco alu­nos assassinados que não foi vela­do na Arena Suzano. Evangélica, a família optou por realizar a ceri­mônia em uma igreja da Assem­bleia de Deus. De manhã, uma série de cultos ecumênicos foram realizados dentro do ginásio. No local, grades separavam a área onde estão os corpos e as famílias das vítimas. Ao lado, um corredor permitia a passagem da popula­ção que foi prestar homenagens.

Mesmo após o fim do culto, algumas famílias continuaram a entoar canções cristãs, enquanto os parentes mais próximos con­tinuam junto dos caixões. Nas arquibancadas, dezenas de pesso­as assistiram ao velório. Em um canto, quatro pessoas seguravam cartazes contra a violência. Por volta das 14h30, os portões foram fechados na Arena Suzano para um momento de homenagens mais privativa. Na parte central do ginásio, durante uma missa, foram lidos os nomes das vítimas e feito um pedido de paz. “Sim à paz. Não à violência.”

Cinco dos seis corpos que estavam no velório foram leva­dos para o enterro em cortejo até o Cemitério Municipal São Sebastião, também em Suzano. Segundo a prefeitura de Suzano, mais de nove mil pessoas foram prestar homenagens às vítimas até as 13h50. Três dos onze pacien­tes internados tiveram alta nesta quinta-feira. Oito permanecem internados, dos quais três estão na UTI, mas com quadro estável.

Indenização
Em nota, o governo de São Paulo esclareceu que resolveu se antecipar e assumir a responsabi­lidade civil da tragédia oferecendo a indenização aos familiares das vítimas e aos alunos que foram feridos. Mais cedo, o governador João Doria (PSDB) anunciou que o Estado vai pagar uma indeniza­ção às famílias de sete vítimas do ataque. A indenização será de um valor em torno de R$ 100 mil por vítima, que ainda está sendo defi­nido, pago em prazo de 30 dias. “A Procuradoria Geral do Estado in­forma ainda que no direito públi­co não se pode assinar um acordo e ao mesmo tempo ingressar com uma ação judicial. Desta forma, o governo solidário à tragédia que abateu essas famílias, decidiu pro­porcionar a opção da antecipação da indenização mediante o acor­do, pela via administrativa.”

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Segundo a investigação, ele es­tava na cidade de Suzano no mo­mento do ataque, mas não foi até a escola. O jovem já foi ouvido pela Polícia Civil, que nesta quinta-feira (14) pediu à Vara da Infân­cia e da Juventude a apreensão do adolescente e espera autori­zação. Ele também é ex-aluno da unidade e estudou com Gui­lherme, garoto que, segundo os policiais, liderou o ataque. A par­ticipação do novo suspeito teria ocorrido na fase de preparação. A polícia não revelou quais provas ligam o menor ao ataque.

No ataque morreram cinco estudantes, Jorge Antonio Mo­raes, de 51 anos – tio de Guilher­me Monteiro e dono da locadora onde a dupla roubou o Chevrolet Onix branco usado no crime –, a coordenadora Marilena Fer­reira Vieira Umezo, de 59 anos, e Eliana Regina de Oliveira Xavier, de 38, funcionária do colégio. Os dois atiradores estavam juntos logo na entrada. De acordo com o delegado-geral da Polícia Civil, Ruy Ferraz Fontes, o crime estava sendo planejado ao menos desde novembro e as conversas entre os comparsas ocorriam principal­mente de forma presencial, já que moravam perto um do outro.

A Polícia Civil ainda realiza perícia nos equipamentos apre­endidos para apurar a suspeita de que fóruns da deep web incitaram a tragédia. “Eles não se sentiam reconhecidos na comunidade que faziam parte e queriam agir como em Columbine, com crueldade. Este era o principal objetivo: a re­percussão”, disse Fontes. O dele­gado detalhou que a besta, o arco e flecha, o machado e as roupas táticas foram adquiridos pelo site Mercado Livre, plataforma que permite vendas diretas entre co­merciantes e consumidores.

Os corpos das vítimas do mas­sacre na Escola Estadual Raul Bra­sil foram enterrados na tarde desta quinta-feira, sob aplausos e muita comoção. O velório coletivo co­meçou por volta das sete horas, na Arena Suzano, no Parque Max Fe­ffer, e teve mais de 15 mil pessoas, que formaram filas e chegaram até em ônibus escolares.

Os corpos velados no local foram dos adolescentes Caio Oli­veira, Kaio Lucas da Costa Limei­ra, Samuel Melquíades Silva de Oliveira, Claiton Antonio Ribeiro e das funcionárias da escola Eliana Regina de Oliveira Xavier e Ma­rilena Ferreira Vieira Umezo. Por volta de 9h30, mais de 100 pesso­as aguardavam em uma fila para prestar condolências aos familia­res das vítimas que foram veladas na Arena Suzano. No centro do ginásio, dispostos os caixões. No local, além de familiares e amigos, moradores do entorno também prestaram homenagens.

Douglas Murilo Celestino, de 17 anos, foi o único dos cinco alu­nos assassinados que não foi vela­do na Arena Suzano. Evangélica, a família optou por realizar a ceri­mônia em uma igreja da Assem­bleia de Deus. De manhã, uma série de cultos ecumênicos foram realizados dentro do ginásio. No local, grades separavam a área onde estão os corpos e as famílias das vítimas. Ao lado, um corredor permitia a passagem da popula­ção que foi prestar homenagens.

Mesmo após o fim do culto, algumas famílias continuaram a entoar canções cristãs, enquanto os parentes mais próximos con­tinuam junto dos caixões. Nas arquibancadas, dezenas de pesso­as assistiram ao velório. Em um canto, quatro pessoas seguravam cartazes contra a violência. Por volta das 14h30, os portões foram fechados na Arena Suzano para um momento de homenagens mais privativa. Na parte central do ginásio, durante uma missa, foram lidos os nomes das vítimas e feito um pedido de paz. “Sim à paz. Não à violência.”

Cinco dos seis corpos que estavam no velório foram leva­dos para o enterro em cortejo até o Cemitério Municipal São Sebastião, também em Suzano. Segundo a prefeitura de Suzano, mais de nove mil pessoas foram prestar homenagens às vítimas até as 13h50. Três dos onze pacien­tes internados tiveram alta nesta quinta-feira. Oito permanecem internados, dos quais três estão na UTI, mas com quadro estável.

Indenização
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