Na sala da delegacia, o médico Luiz Antonio Garnica manteve a postura, mas não escapou das perguntas incisivas do delegado Fernando Bravo. Acusado de matar a esposa, a professora de pilates Larissa Rodrigues, com chumbinho, o médico negou ter sido violento ou briguento no casamento de 18 anos.
“A gente nunca brigou. Nunca. Nem uma vez sequer”, declarou Garnica em depoimento colhido no dia 31 de março, nove dias após a morte da esposa.
Segundo o relato, na véspera do crime, Garnica passou a noite com a amante. Questionado sobre isso, afirmou que pretendia terminar o caso extraconjugal, um relacionamento que, segundo denúncias, já havia sido descoberto por Larissa, que então pediu o divórcio. “Ela soube, mas ainda tentávamos resolver”, disse. Ele alegou que sua mãe estava no apartamento porque Larissa apresentava um quadro de diarreia.
Às 9h57 da manhã de 22 de março, câmeras de segurança captaram Garnica entrando no elevador do prédio onde morava com Larissa. Trazia pães. Minutos depois, segundo relatado à polícia, encontrou a esposa desacordada no box do banheiro. “Gritei, tentei reanimá-la, fiz respiração boca a boca, fiquei ajoelhado ali por uns 20, 30 minutos”, narrou, chorando em frente ao delegado.
Sem conseguir contato com a mãe, ligou para a irmã, que acionou o Samu. Às 10h34, a equipe chegou. Às 10h40, a médica de plantão atestou o óbito.
Mas há outros testemunhos. No dia 24 de março, um denunciante afirmou à polícia que Garnica era controlador, agressivo e ameaçador. Disse que o médico espionava Larissa, colocava rastreador no carro e chegou a afirmar que a mataria com injeção letal se ela o deixasse.
Dois dias depois, outra denúncia apontou que Larissa descobriu a traição em 8 de março e pediu o divórcio. Teria sido ameaçada novamente: Garnica, segundo o denunciante, falou em pôr fogo no apartamento.
No mesmo período, Larissa começou a passar mal. A sogra, Elizabete Arrabaça Garnica, hoje presa, passou a preparar as refeições da vítima.
Uma testemunha relatou à polícia que, cerca de 15 dias antes da morte, recebeu um telefonema de Elizabete. A idosa queria saber se havia chumbinho disponível na fazenda da testemunha ou onde poderia conseguir o veneno.
O laudo toxicológico confirmou: chumbinho no organismo de Larissa.
Hoje, tanto Garnica quanto Elizabete estão presos temporariamente, enquanto o Ministério Público investiga a possibilidade de feminicídio motivado por ciúmes e pela resistência do médico ao divórcio. Uma troca de mensagens no celular mostra Larissa propondo marcar um encontro com um advogado para tratar da separação. Era a véspera da morte.
Na delegacia, entre negações, lágrimas e tentativas de justificar ausências, Luiz Antonio Garnica se declarou um homem de hábitos pacíficos. Mas as provas técnicas e testemunhais, segundo a polícia, contam uma história diferente. Uma história onde amor, traição e controle enredaram para um desfecho fatal.
—
Jornal Tribuna Ribeirão
Um Jornal com a cara de Ribeirão!
Impresso | WEB | Redes sociais
Tribuna Ribeirão – Fone: (16) 3632-2200 – Whatsapp: (16) 98161-8743
Av. Barão do Bananal, 880 – Jardim Anhanguera, Ribeirão Preto
@tribunaribeirao @jornaltribuna
@jornaltribunaribeirao @jornalribeiraopreto
@noticiasribeiraopreto @meiamaratona
@meiamaratonainternacionalderibeiraopreto
@meiamaratonatribunaribeirao
#TribunaRibeirão #News #Notícia #RibeirãoPreto #NotíciasDeRibeirãoPreto
#ClassificadosTribunaRibeirão #Jornalismo #ClassificadosRibeirão