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MICO-LEÃO-DOURADO – Cresce o número de micos no Brasil

ANDREIA MARFTINS/DIVULGAÇÃO

Após um surto de febre amarela que surgiu a partir de 2017 reduzir em cerca de 32%, em dois anos, a população do mico-leão-dourado, a Asso­ciação Mico-Leão-Dourado (AMLD) comemora neste mês de agosto o crescimento da es­pécie de 2,5 mil indivíduos, em 2019, para 4,8 mil, em 2023. “Foi um risco muito grande que a gente estava correndo e sentindo de perder muito mais”.

“Mas, felizmente, agora com o novo levantamento, a gente está constatando que esse surto está sob controle e a população voltou a aumentar”, disse à Agência Brasil o secre­tário-executivo da AMLD, geógrafo Luís Paulo Ferraz. O Dia Nacional do Mico-Leão­-Dourado foi comemorado no último dia 2 de agosto.

A ideia é compartilhar esse trabalho de conservação com o público, com visitan­tes, escolas, pessoal da região e com turistas internacionais. Com esse objetivo, a AMLD construiu no Parque Ecológi­co Mico-Leão-Dourado um mirante e duas estruturas para facilitar a observação da fauna e da flora da região.

Em setembro próximo, a AMLD vai inaugurar no par­que uma exposição permanen­te chamada Casa do Mico. “Era uma antiga baia de cavalos que existia aqui na fazenda e nós fizemos uma reforma grande. Ela vai ter uma exposição in­terativa para falar da espécie, como os micos vivem, como se organizam nas famílias, o que eles comem, como se comuni­cam”, diz Ferraz.

“É um espaço interativo logo na chegada dos visitantes para entenderem um pouco como vive essa espécie tão co­nhecida e tão ameaçada ainda. A gente quer ampliar a comuni­cação com o público relaciona­da à conservação do mico e da Mata Atlântica. Cada espaço da sala vai contar um pouco dessa história”, emenda.

A exposição está sendo montada agora e ficará pronta em setembro, disse Luís Paulo Ferraz. O projeto prevê tam­bém o plantio de palmito ju­çara (Euterpe edulis) em dez hectares de Mata Atlântica já restaurada na fazenda onde fica o parque. A área era um pasto destinado à criação de gado e cavalos. Outros 90 hectares já foram restaurados com plantio de espécies da Mata Atlântica.

“Ou seja, ajudar a flores­ta. Quando a gente faz uma restauração, a gente plan­ta, principalmente, espécies arbóreas que crescem mais rápido. Outras espécies vêm depois com o vento e animais que trazem as sementes. Nes­se caso, estamos enriquecen­do uma parte dessa floresta com palmito-juçara que é uma espécie da flora também ameaçada, por conta da supe­rexploração para o palmito”.

O Parque Ecológico do Mico-Leão-Dourado está lo­calizado no interior do estado do Rio de Janeiro, no muni­cípio de Silva Jardim, próxi­mo à Região dos Lagos. Luís Paulo Ferraz explica que essa é a única região do Brasil onde existe essa espécie animal.

“Ela é endêmica daqui. Nunca teve em nenhum ou­tro lugar. A gente trabalha nos fragmentos de floresta que so­braram, para tentar criar uma área de floresta grande o sufi­ciente, protegida e conectada, para que os micos possam, um dia, sair da lista de espé­cies ameaçadas”.

Outros objetivos são salvar a espécie, recuperar a Mata Atlântica, melhorar as condi­ções ambientais da região. “É um projeto de longo prazo mesmo de conservação”. O projeto prevê ainda o forta­lecimento das atividades de educação ambiental e a am­pliação dos números de esco­las da região que farão visitas regulares ao parque.

Apoio
Contando desde 2019 com apoio financeiro da Exxon­Mobil Brasil, que soma R$ 4,7 milhões, no período desses cinco anos, a AMLD pôde dar continuidade ao proje­to de preservação do animal no seu habitat natural. Ferraz falou sobre a parceria com a ExxonMobil Brasil e o Fundo Brasileiro para a Biodiversida­de (Funbio).

Diz que tem contribuído para estruturar o Parque Eco­lógico Mico-Leão-Dourado na fazenda, que foi adquirida pela AMLD em 2018. “Esse apoio ajudou a restaurar uma área de Mata Atlântica com plantio de 20 mil mudas e realizar várias outras ações para estruturar o parque”. O apoio ajuda também na manutenção do local.

Começo
Os trabalhos em prol do mico-leão-dourado tiveram iní­cio na década de 1970, com os primeiros estudos e iniciativas para proteger a espécie, mas a AMLD foi criada em 1992. “No ano passado, a gente fez 30 anos”. A mudança para o Parque Ecológico ocorreu em 2019. Na maior parte do tempo, os pesquisadores trabalhavam dentro da Reserva Biológica de Poço das Antas, área protegida pelo governo federal e vizinha ao parque.

As visitas ao Parque Ecoló­gico ocorrem de quinta-feira a sábado. Há perspectiva de, em breve, ampliar para domingo, adiantou o secretário-executi­vo da Associação. O agenda­mento pode ser feito no site micoleao.org.br.

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