Tribuna Ribeirão
Economia

Mínimo pode subir para R$ 1.040

FÁBIO POZZEBOM/AG.BR.

A Comissão Mista de Orça­mento do Congresso Nacional aprovou na última quinta-feira, 8 de agosto, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2020. O texto segue agora para o plenário, onde deverá ser vo­tado em sessão conjunta por deputados e senadores. Entre os principais pontos do texto está o reajuste do salário míni­mo dos atuais R$ 998 para R$ 1.040 em 2020 – aporte de R$ 42 –, com a correção do valor apenas pela inflação, ou seja, sem aumento real.

O percentual de 4,2% de reajuste do mínimo corres­ponde à previsão de inflação para este ano do Índice Nacio­nal de Preços ao Consumidor (INPC), indexador do Insti­tuto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Por se tratar de estimativa, é possível que ocorra, até o fim do ano, alguma variação no valor de R$ 1.040. Para os dois anos se­guintes, a proposta sugere que a correção também siga ape­nas a variação do INPC.

O valor do salário mínimo impacta os gastos públicos. Se­gundo cálculos do governo, o aumento de R$ 1 para o salário mínimo implica despesa extra de R$ 302,8 milhões aos cofres públicos. Dois terços dos benefí­cios previdenciários são corrigi­dos pelo mínimo, assim como o Benefício de Prestação Continu­ada (BPC), pago a pessoas com deficiência e idosos com mais de 65 anos que comprovem renda familiar abaixo de um quarto do mínimo por pessoa.

Entre 2011 e 2019 vigorou proposta adotada pela então presidente Dilma Rousseff (PT) – aprovada pelo Congresso Na­cional – de política de reajustes pela inflação do ano anterior e variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Como o PIB foi negativo em 2015 e 2016, nem sempre o mí­nimo subiu acima da inflação nos últimos anos.

O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, diz que ainda não foi fechada a política de reajuste do mínimo para os próximos anos. “A dis­cussão será feita no final do ano. Mesmo que o governo venha enviar na proposta de Orçamen­to reajuste real zero do salário mínimo, se vai ter aumento real ou não é algo que será debatido no Congresso até o final do ano”, explica. “O que é importante na discussão é que cada despesa adicional tem de definir a fonte de recursos”, completa.

A LDO estabelece metas e prioridades para o exercício fi­nanceiro do ano seguinte, além de orientar a elaboração do Or­çamento da União. Também de­fine a meta fiscal, que será de dé­ficit de até R$ 124,1 bilhões. Pela Constituição, o governo é obri­gado a encaminhar ao Congres­so, até 31 de agosto de cada ano, o projeto de lei do Orçamento da União. A LDO de 2020 de­veria ter sido aprovada antes do recesso de julho, mas deputados e senadores saíram de “recesso branco”, o período de férias in­formais, e só voltaram ao traba­lho na última terça-feira (6).

Com base na cesta mais cara do país – a de Porto Alegre (RS), de R$ 493,22 – o Departamen­to Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Die­ese) calculou em R$ 4.143,55 o valor do mínimo necessário em julho deste ano para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, ves­tuário, higiene, transporte, lazer e previdência. O valor equivale a 4,15 vezes o piso vigente no Bra­sil, de R$ 998. O salário mínimo em 2018 era R$ 954.

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