A tão propalada qualidade na educação básica passa indubitavelmente pelo processo de escolha dos seus dirigentes, e como esse processo é cheio de vícios, e acontece na maioria dos municípios brasileiros, com as indicações político-partidárias, que nada tem a ver com os interesses da escola pública, e com isso o tempo vai passado e as mesmas velharias e velhacarias vão se sucedendo, e as novidades são sempre as mesmas.
Em Ribeirão Preto, não houve um rodízio partidário e político nas influências danosas que este tipo de administração sempre causou a educação básica. Por aqui um coronel assumiu o espaço, e o dominou por quase trinta anos, e para formar o seu curral eleitoral elevou o patamar do professorado, e com isso garantiu o seu reinado.
Não havia secretário(a) que não comesse em suas mãos, ele comandava pessoalmente as atribuições de aulas dos professores (as) – até resoluções assinadas pelo (a) titular da pasta eram modificadas de acordo com a sua vontade, e ninguém ousava discordar de suas decisões – nem o secretário (a) de plantão. Mas todo o reinado tem seu fim – e com ele não foi diferente – acabou nos braços da justiça.
Mas quem pensou que os seus modus operandi tinham sidos sepultados, e não tinham criado raízes, e feito seguidores, se enganou redondamente. Na Câmara de vereadores de nossa cidade já há uma disputa acirrada para preencher o espaço que rende muitos votos, e a vereadora Glaucia Berenice saiu na frente tentando trazer para o seu território a demanda do Plano Municipal de Educação. Mas o fantasma do coronel não assombra somente a casa de leis – sua quimera também vive saracoteando nos corredores e salas da Secretaria de Educação.
A prática da “politicanalha” é usual e tem um forte apelo em todo o território nacional, mas os sonhadores, que sonham com um País melhor, não imaginam que essa bandalheira possa estar incrustada no território sagrado da educação básica pública, mas para a tristeza dos utópicos o espaço já foi dominado.
A educação de nossas crianças e jovens se da por observação – é observando o comportamento dos adultos, que eles vão forjando os seus caráteres, portanto é imprescindível o caráter ético e o comportamento moral dos pais e educadores para que tenhamos um mundo melhor, mas os mesmos flagelos que afligem o cotidiano se reproduzem no ambiente escolar, e os dirigentes da educação básica no município de Ribeirão Preto estão dando o seu quinhão para contaminar ainda mais o que já contaminado está.
O show de horrores que ocorreu na eleição da Mesa Diretora do Conselho Municipal de Educação – deu a dimensão exata do que podemos esperar para a educação básica municipal. Há um ditado que diz: “o fim justifica os meios”, mas se tratando de educação não podemos levar ao pé da letra. A questão ética e moral são fundamentais para termos um ambiente que produza bons resultados – estamos em 1.025º lugar na avaliação nacional no Ideb, e em 17° na região metropolitana, mas isso não parece preocupar os nossos governantes – nada de novo!
“É melhor acender uma vela, do que amaldiçoar a escuridão”.