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Novos ônibus vão custar R$ 240 mi

O Consórcio PróUrba­no – grupo concessionário do transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto, formado por Rápido D’Oeste (50%) e Trans­corp (50%) e que opera 119 li­nhas com 352 ônibus na cidade – vai investir R$ 40 milhões em 50 novos veículos até julho des­te ano. Cada unidade deve cus­tar R$ 800 mil segundo informa ao Tribuna o diretor-presidente do grupo, Roque Felício.

Até o final do ano, o PróUrbano investirá mais R$ 80 milhões, totalizando R$ 120 milhões em 2023 e mais R$ 120 milhões em 2024. Se o preço dos ônibus – mesmo modelo usado em Macapá, a “Capital Morena” do Amapá – não sofrer reajuste até lá, o montante investido será de R$ 240 milhões, bem acima dos R$ 70 milhões liberados pela prefeitura para socorrer o consórcio por causa da pan­demia de coronavírus.

O valor é 242,9% supe­rior, acréscimo de R$ 170 mi­lhões. Em 2021, também sob a justificativa de mitigar o de­sequilíbrio financeiro provo­cado pela pandemia do coro­navírus, o Executivo propôs e a Câmara aprovou repas­se de R$ 17 milhões para o consórcio, que ofereceu 134 ônibus para a prefeitura de Ribeirão Preto como garantia para o repasse – 68 da Rápido D’Oeste e 66 da Transcorp.

O prefeito Duarte Noguei­ra (PSDB) anunciou, em vídeo postado nas redes sociais no dia 24 de janeiro, que parte da nova frota dos ônibus do transporte coletivo urbano de Ribeirão Pre­to começará a circular em julho. Segundo ele, na primeira etapa serão substituídos 50 veículos de um total de 150 que serão troca­dos até o final deste ano.

Os novos veículos terão ar-condicionado, suspensão a ar, wi-fi e carregador de celu­lares. O restante da frota, ou­tros 150 veículos, serão subs­tituídos em 2024. A renovação consta da revisão do contrato de concessão assinado com o Consórcio PróUrbano, em maio de 2012, e aprovada na Câmara de Vereadores.

A prefeitura ainda liberou repasse de R$ 70 milhões ao grupo. A primeira parcela de R$ 20 milhões foi paga em de­zembro do ano passado. Outros R$ 20 milhões seriam liberados em janeiro, mais R$ 20 milhões em junho e R$ 10 milhões, em janeiro de 2024. Em contrapar­tida, o Consórcio PróUrbano desistirá de cinco ações contra a prefeitura de Ribeirão Preto. O mesmo será feito pelo governo municipal, que pedirá o arqui­vamento de ações e processos administrativos que tiver con­tra o concessionário.

A substituição da frota faz parte da revisão do contrato de concessão do transporte cole­tivo, aprovado pela Câmara de Vereadores no final do ano pas­sado e sancionado pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB). Os novos veículos terão ar-condi­cionado, suspensão a ar, wi-fi e carregador de celulares.

De acordo com Roque Fe­lício, os novos veículos que entrarão em funcionamento este ano já foram reserva­dos para duas montadoras – Wolkswagen e Mercedes. “A aquisição é complexa, pois as montadoras precisam fabri­cá-los e isso demanda tem­po”, explica o empresário.

Ele garante que se os novos ônibus forem entregues antes do prazo, poderão ser substi­tuídos imediatamente. Mas o empresário explica que o pra­zo estabelecido garante uma margem de segurança para as montadoras. De acordo com Felício, em Macapá os antigos veículos foram substituídos no ano passado.

Os novos ônibus do Amapá também têm sistema de ar-con­dicionado, suspensão a ar, wi-fi, acessibilidade para pessoas com deficiência, além de carregado­res USB para eletrônicos nas poltronas. Sobre os investimen­tos, o presidente do PróUrbano afirma que a revisão do contra­to de concessão e o subsídio a ser feito pela prefeitura possibi­litarão essas ações.

Sem a revisão do contrato, segundo ele, isso seria impossí­vel, já que o déficit operacional mensal do transporte coletivo é de R$ 5 milhões. Cidades como São Paulo, Campinas, Sorocaba e Rio de Janeiro já subsidiam o transporte coletivo. “O custo operacional do transporte cole­tivo em Ribeirão Preto é maior do que a receita e não dá mais para o usuário e o consórcio custearem este prejuízo”, afirma o empresário.

O déficit seria resultado da diminuição no número de usuários e foi agravado pela pandemia do coronavírus. Em 2021, auge da pandemia, o nú­mero de passageiros por dia transportados caiu de 200 mil para cerca de 40 mil. O número trata de quantas vezes a catraca girou. Em 16 de fevereiro do ano passado, o valor da passa­gem de ônibus foi reajustado em 19%.

A tarifa do transporte cole­tivo urbano saltou de R$ 4,20 para R$ 5, acréscimo de R$ 0,80, uma das mais caras do país. Fe­lício acredita que a revisão do contrato, os novos corredores de ônibus implantados e em construção e os novos veículos contribuirão para dar conforto, segurança e agilidade ao sis­tema. Ele estima que quando todos os corredores estiverem em funcionamento haverá uma redução média de 50% no tem­po das viagens.

Consórcio é alvo de 4.051 queixas
A Empresa de Trânsito e Transporte Urbano de Ribeirão Preto (Tran­serp) registrou 4.051 reclamações de usuários do transporte coletivo no ano passado, média de onze por dia, cerca de uma a cada duas horas. Segundo o levantamento, as principais queixas dos usuários envolvem falta de manutenção dos veículos, atrasos nos itinerários e motoristas que não param nos pontos.

São 1.347 reclamações a mais que as 2.704 queixas registradas em 2021, alta de 49,8%. Por causa dessas queixas, o Consórcio PróUrbano – grupo concessionário do transporte coletivo urbano de Ribeirão Preto, formado por Rápido D’Oeste (50%) e Transcorp (50%) e que opera 119 linhas com 352 ônibus na cidade – recebeu 1.465 multas no ano passado.

São 859 a mais que as 606 do período anterior, alta de 141,7%. As autuações envolvem falhas operacionais – como o não cumprimen­to de horários e itinerários – e o excesso de tempo de parada nos pontos de ônibus, dentre outros. Ao todo, as punições resultaram em multas no valor de R$ 476.945,16 – ainda em aberto dentro do prazo de recursos. Em 2021, o montante chegou a R$ 150.079,06. O pagamento foi efetuado.

Atualmente, o Consórcio PróUrbano é alvo de uma ação civil pú­blica movida pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) por má qualidade na prestação dos serviços. O grupo afirma que os atrasos acontecem porque os motoristas precisam fazer desvios em regiões onde estão sendo realizadas obras de mobilidade urbana. Também argumenta que os corredores de ônibus, vários já em funcionamento, ajudarão a dar mais agilidade ao sistema.

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