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Oportunidade não aproveitada

Durante 10 dias de junho tivemos a oportunidade de progredir nos indicadores de contágio do coronavírus e avançar nas adequa­ções da quarentena iniciadas no último dia 1º, estabelecidas por fases. Não conseguimos. O grande número de pessoas nas ruas, sem a proteção correta levou ao aumento de nossos índices de transmis­são da covid-19 O contágio se ampliou consideravelmente e não conseguimos evoluir da fase dois (laranja) para a fase três (amarela), o que nos permitiria aumentar o número de setores econômicos em atividade a partir da próxima semana. Ao contrário, regredimos para a fase um, vermelha, com o maior número de restrições.

Além de não ampliarmos o número de setores que retomariam suas atividades, ainda teremos que fechar o que já tínhamos au­torizado a abertura. Voltamos à fase de funcionamento de estabe­lecimentos considerados essenciais e teremos que aguardar nova avaliação. Esperamos ter melhores números da próxima vez, com a desaceleração do contágio e do número de casos. Isso porque a abertura de parte dos estabelecimentos no dia 1º levou às ruas um número surpreendente de pessoas, como não deveria ter ocorrido.

Desde o primeiro dia de reabertura, alertamos que este não era o caminho a ser seguido. Que a quarentena estava mantida e que apenas uma adequação foi feita para se preservar as empresas e os empregos, com o restabelecimento gradual da economia na cidade. Apesar das advertências e autuações em função de atitudes inade­quadas, as pessoas continuaram a ir para as ruas como se a situação estivesse já normalizada. As aglomerações se mantiveram e a utiliza­ção de máscaras de proteção nem sempre ocorreu de forma correta. Em alguns casos – felizmente poucos – nem a utilização se verificou.

O setor público tem feito muitos esforços para conseguir man­ter e ampliar a estrutura de atendimento, de internações, tanto em leitos de UTI quanto de enfermarias. Temos ampliado o número de leitos com planejamento constante e antecipado. Tanto que a avaliação da estrutura hospitalar coloca a região de Ribeirão Preto em posição de bom controle.

O que levou o governo estadual a determinar o retrocesso à fase um, vermelha, foi o aumento de internações pela doença na região, com crescimento de 51% na última semana e o aumento de mortes em 100%, no mesmo período. O crescimento foi muito além do esperado. E em grande parte pela redução do distanciamento social e o consequente aumento das aglomerações.

Vamos ter que retomar não apenas as restrições das atividades econômicas, mas também o distanciamento mais que necessário para vencer a pandemia que nos desafia todos os dias, com au­mento de casos registrados e de mortes provocadas pela covid-19. Antes ainda do anúncio da nova classificação da região, proibimos a abertura do comércio no feriado desta quinta-feira, Corpus Christi, e do dia 19, aniversário de Ribeirão Preto, como mais uma medida preventiva.

Porque ao lado de medidas de prevenção, como a higienização constante das mãos com água e sabão e álcool em gel, utilização de máscaras, evitar tocar boca, nariz e olhos, a distância entre as pes­soas é um dos mais importantes – senão o mais importante – aliados para reduzir a propagação. Todos os hábitos são imprescindíveis neste momento, mas devem estar juntos. A utilização da máscara, por exemplo, ajuda a evitar o contágio, mas precisa das outras ações conjugadas, por parte das pessoas, principalmente o distanciamento.

Teremos agora que recomeçar o que nem terminamos. A colabo­ração de todos é fundamental para que possamos dar novos passos no combate à covid-19. Porque melhor que tratar doentes é prevenir e não ter a doença diagnosticada.

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