Por Lúcio Mendes
Uma operação da Polícia Civil de Ribeirão Preto desvendou, na manhã de terça-feira (13), uma sofisticada rede de estelionatários que operava golpes por meio de falsos encontros amorosos. A ação não só resultou na prisão de 25 suspeitos, como revelou um elemento inusitado e alarmante: a apreensão de um robô inteligente com tecnologia de reconhecimento facial, modelo Go2 New intelligent Creature, que pode ter sido utilizado para identificar e reproduzir informações das vítimas por meio de seus dados pessoais e bancários.
A operação foi deflagrada em uma chácara no bairro Recreio Internacional, zona Leste da cidade. No local, funcionava a central do esquema fraudulento que usava perfis falsos em aplicativos de relacionamento para atrair homens. As vítimas, ao chegarem ao endereço, eram rendidas sob ameaça de armas e coagidas a realizar transferências bancárias de alto valor.
O destaque da ação, no entanto, foi a apreensão do robô multifuncional equipado com sensores de imagem e inteligência artificial. Fontes próximas à investigação revelaram que o dispositivo pode ter sido programado para reconhecimento facial das vítimas e acesso a dispositivos móveis via biometria, facilitando o roubo de senhas e acesso a aplicativos bancários.
A presença de um equipamento com essa capacidade tecnológica dentro de uma operação criminosa é um alerta preocupante. Estamos diante de uma nova fronteira no uso da inteligência artificial para fins ilícitos.
Foram também encontrados cartões bancários, dezenas de celulares, maquininha de cartão e dinheiro em espécie. A investigação, iniciada em abril, foi impulsionada por ocorrências semelhantes nos bairros Monte Alegre, Ipiranga e Campos Elíseos.
Quatro dos detidos já tinham mandados de prisão expedidos. Todos foram autuados por estelionato e passarão por audiência de custódia nesta quarta-feira (14/05). A Polícia Civil agora concentra esforços para rastrear o funcionamento interno do robô e apurar até que ponto a tecnologia foi determinante para o sucesso da quadrilha.
Enquanto especialistas analisam o Go2 em laboratório forense, o caso lança luz sobre uma preocupante interseção entre tecnologia de ponta e criminalidade, e levanta a pergunta: até onde a inteligência artificial pode ser manipulada para o crime?
Esta reportagem segue em atualização conforme novas informações forem confirmadas.
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