A partir deste domingo, 31 de março, os preços dos medicamentos serão reajustados. A previsão é que o valor suba de 4,33% a 6,31%, mas a definição só deve ser anunciada neste final de semana – depende do Ministério da Saúde e nesta sexta-feira (29) ainda não havia decisão, segundo a assessoria da pasta. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão vinculado à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que ajusta os valores, leva em consideração a influência do câmbio, oscilações do mercado, índice da inflação e os custos operacionais da indústria para estabelecer um valor.
O reajuste deve ficar acima da inflação do ano passado, que segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indexador oficial elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 3,75%. Os valores são estabelecidos através de três classes: fitoterápicos, genéricos e equivalentes e os produtos de referência. Quando o reajuste for divulgado, as farmácias já estarão autorizadas para aplicar os novos valores dos medicamentos. Os gastos com a compra de remédios estão na lista das principais despesas para os cuidados com a saúde entre as famílias brasileiras.
Estima-se que cerca de 50% das pessoas que iniciam um tratamento de saúde o abandonam por falta de acesso ao medicamento prescrito ou acabam se endividando. É o que mostra uma pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), publicada no ano passado. Os números divulgados apontaram que, em 2017, despesas não pagas relacionadas aos cuidados com a saúde colocaram 25,3% dos brasileiros na lista de negativados. O gasto médio mensal de quem faz uso de remédios contínuos ou periódicos é de R$ 138,32.
No ano passado, os medicamentos ficaram, em média, 2,43% mais caros. O reajuste aplicado ficou entre 2,09% a 2,84%, abaixo da inflação de 2017, de 2,95%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma) disse que, pelo segundo ano consecutivo, o reajuste dos medicamentos ficou abaixo do que a inflação. De 2013 a 2017, cita, a taxa acumulada do IPCA foi de 36,48%, ante 32,51% dos reajustes médios autorizados pelo governo para remédios.