O comércio varejista deve movimentar um recorde de R$ 3,74 bilhões em vendas na campanha de promoções da Black Friday deste ano, que acontece em 29 de novembro, calcula a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se confirmado, o faturamento será 6% maior que o da temporada de liquidações de 2019, quando somou R$ 3,67 bilhões.
Porém, descontada a inflação do período, as vendas terão crescimento real de 1,8% em relação a igual período do ano passado, cerca de R$ 70 milhões a mais. “Será a primeira data do varejo a registrar crescimento este ano, pelo menos até agora. Desde a Páscoa até o Dia das Crianças, todas as datas comemorativas registraram queda nas vendas”, lembra o economista Fabio Bentes, responsável pelo cálculo da CNC.
Em Ribeirão Preto, o montante pode chegar a R$ 25,3 milhões, acréscimo de R$ 500 mil em relação aos R$ 24,8 milhões do ano passado se a alta nas vendas seguir a tendência nacional prevista pela CNC, de 6%, já descontada a inflação e com crescimento real de 1,8%. O volume vendido pelo comércio eletrônico terá um salto de 61,4% na campanha de promoções da Black Friday deste ano, enquanto as lojas físicas venderão 1,1% a mais.
No entanto, as vendas online motivadas pela data devem ficar em torno de R$ 400 milhões, enquanto os R$ 3,34 bilhões restantes serão arrecadados em lojas físicas. “O peso da loja física ainda é muito maior que o do e-commerce. As vendas online cresceram muito nos últimos meses, mas a gente estima que a participação do comércio eletrônico no varejo esteja em torno de 8%”, justifica Bentes.
O levantamento considera que a nova onda de contaminação e internações pela covid-19 no país não se traduza em fechamento de estabelecimentos comerciais até a Black Friday. Se as medidas de restrição à disseminação do novo coronavírus forem novamente impostas nas próximas semanas, a projeção da CNC para uma elevação de 2,2% nas vendas do Natal deste ano em relação ao de 2019 pode ser ameaçada.
“As medidas restritivas que estão sendo consideradas neste momento ainda não foram implementadas, e a Black Friday já é na semana que vem”, diz Bentes. “Então acho que isso não atrapalhará tanto o varejo físico neste momento, porque elas ainda serão anunciadas. Se tiver piora na situação da pandemia, aí sim o Natal pode ser afetado por essas novas restrições”, prevê Fabio Bentes.
A Black Friday foi incorporada ao calendário do varejo nacional em 2010, mas já é a quinta data mais relevante para o setor, atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais, aponta a CNC. Em 2020, o segmento de eletroeletrônicos e utilidades domésticas deve movimentar R$ 1,022 bilhão, seguido pelos ramos de hipermercados e supermercados (R$ 916,9 milhões), móveis e eletrodomésticos (R$ 853,4 milhões), vestuário, calçados e acessórios (R$ 328,7 milhões) e perfumaria e cosméticos (R$ 247 milhões).
Os comerciantes estão otimistas e contam com o pagamento do décimo terceiro salário para aquecer as vendas. Em Ribeirão Preto, a expectativa é que o benefício deve injete cerca de R$ 728 milhões na economia. A estimativa da Associação Comercial e Industrial (Acirp) prevê em torno em R$ 409 milhões na primeira parcela, que será paga até 30 de novembro,
Prevê também mais R$ 319 milhões na segunda parcela, que será creditada até 20 de dezembro – já com os descontos. De acordo com projeção da própria CNC, em todo o Brasil o pagamento do décimo terceiro salário aos trabalhadores injetará R$ 208 bilhões na economia ao fim deste ano.