A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) confirmou nesta terça-feira, 10 de julho, que um morador de Ribeirão Preto contraiu sarampo no Líbano, no Oriente Médio, em abril, quando prestava serviços humanitários. Este é o primeiro caso em dez anos na cidade. A pasta já promoveu ações de bloqueio, mas o risco de reintrodução do vírus no Brasil é considerado alto, pois circula na Europa, em especial na Rússia, onde acontece a Copa do Mundo da Fifa.
A prefeitura de Ribeirão Preto vai intensificar a campanha da vacina tríplice viral. A partir da próxima segunda-feira, 16 de julho, e até 3 de agosto, jovens de cinco a 29 anos e que tenham menos de duas doses da vacina poderão ser imunizadas. De 6 a 31 de agosto, será a vez das crianças de um a cinco anos devem receber uma dose da vacina tríplice viral. A mobilização nacional acontece no dia 18 de agosto.
Profissionais que trabalham em aeroportos, rodoviárias ou em serviços hoteleiros, e demais pessoas que tenham contato frequente com viajantes também devem buscar as salas de vacinação para serem imunizados. Segundo Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria de Saúde de São Paulo, o Estado registrou uma ocorrência confirmada não autóctone da doença em abril, de uma médica que viajou ao Líbano. Nesse caso, não houve transmissão identificada e a paciente se recuperou.
Na segunda-feira (9), dois casos foram confirmados no Estado do Rio de Janeiro. As amostras dos pacientes foram analisadas pela Fiocruz, laboratório de referência do Ministério da Saúde. Em 2016, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um certificado de eliminação da circulação do vírus no Brasil. Os sintomas da doença são manchas avermelhadas na pele, manchas brancas na parte interna das bochechas, febre, tosse, mal-estar, conjuntivite, coriza e perda de apetite.
Vinte e cinco Estados e o Distrito Federal não alcançaram, no ano passado, a meta de vacinação contra o sarampo. Contagiosa, a doença tem se espalhado desde o início do ano por Amazonas e por Roraima, mas também já há casos confirmados no Rio Grande do Sul. Segundo dados oficiais, o País registrava, até o fim de junho, 1.891 casos suspeitos da doença e 472 confirmações – a maior parte na Região Norte e sete no Rio Grande do Sul.
Apenas o Ceará alcançou, em 2017, mais de 95% da cobertura vacinal na segunda dose – meta do Ministério da Saúde preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). No total, o Brasil tinha cobertura de 71,55% da segunda dose do imunizante em 2017, o que representa queda ante a cobertura registrada no ano anterior, que era de 79%.
Segundo o Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, no mês passado, a Secretaria de Saúde editou um alerta em nível 3, o mais alto da escala, para o risco de casos de sarampo importados da Rússia – onde ocorre o Mundial e há 1.200 infecções. Em São Paulo, a cobertura vacinal da segunda dose atingiu apenas 67,9% do público-alvo no ano passado, segundo o ministério.