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SANTO CASAMENTEIRO – Basílica celebra Santo Antônio

ALFREDO RISK

Depois do Dia dos Namo­rados, milhares de pessoas são esperadas nesta terça-feira, 13 de junho, na Igreja de Santo Antônio de Pádua, nos Cam­pos Elíseos. Os devotos do santo casamenteiro prometem com­parecer às missas que ocorrem nos períodos da manhã, tarde e noite, além de aproveitar a tradi­cional bênção dos pães. A partir das 19 horas, terá procissão.

Os fiéis também participam de quermesse, que vai até dia 24. As missas do Dia de Santo Antônio na Paróquia Basílica Santo Antônio de Pádua serão realizadas às seis horas, 7h30, nove horas, meio-dia, 14h30, às 16h30 e às 19 horas, seguida de procissão. A igreja fica na rua Paraíba nº 747, em frente à praça que leva o nome do santo casa­menteiro, nos Campos Elíseos.

Todo ano, cerca de 20 mil pães são abençoados e distribu­ídos aos fiéis na data em que a Igreja Católica celebra o Dia de Santo Antônio. Isso sem contar aqueles que são levados pelos próprios devotos. As pessoas fi­cam até meia hora na fila de do­brar quarteirão para pegar pães. Dizem que quem guarda o pão abençoado em uma lata tem ali­mento garantido o ano inteiro. A história do “pão de Santo Antô­nio” remonta a um fato curioso que é assim narrado:

“Antônio comovia-se tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apu­ros, quando, na hora da refei­ção, percebeu que os frades não tinham o que comer: os pães tinham sido ‘roubados’. Atônito foi contar ao santo o ocorrido. Este mandou que verificasse melhor o lugar em que os tinha deixado. O irmão padeiro vol­tou estupefato e alegre: os cestos transbordavam de pão, tanto que foram distribuídos aos fra­des e aos pobres do convento”.

Batizado de Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo, nasceu em Lisboa, em 1195, e morreu próximo à cidade de Pádua, na Itália, aos 36 anos. Santo Antônio começou a tra­jetória religiosa na Congregação dos Cônegos Regulares de Santo Agostinho, em Lisboa, mas ade­riu à causa franciscana e se tor­nou um missionário. Seus ser­mões ficaram conhecidos pela simplicidade e clareza. O santo lutava pela justiça e pela valori­zação dos humildes.

Apesar de não existir ne­nhum registro sobre casamen­tos, Santo Antônio ficou popular por ajudar mulheres a acharem um marido, sendo considera­do o “santo casamenteiro” por emprestar dinheiro a elas, já que naquela época era preciso ter “dote” para arrumar mari­do. Santo Antônio recebe dois títulos reconhecidos mundial­mente: Santo Antônio de Lisboa (onde nasceu) e Santo Antônio de Pádua (local onde morreu).

Segundo dom André Maria Bernardino, “é um santo bem popular devido a sua dedicação à graça de Deus, quando em seu convento ajudava tantas pesso­as com oração, com doação de alimentos àqueles que o procu­ravam. Isso fez dele um santo conhecido. Para nós, por que não fazer igual?”, diz o padre. Ele revela que a prática de distribuir pães no Dia de Santo Antônio foi instituída pela família Proen­ça da Fonseca, quando se insta­lou em Ribeirão Preto, vinda de Portugal, no início do século 20. Ao lado da casa foi erguida a ca­pela, que depois se tornou igreja.

‘Basílica menor’
Em 13 de junho de 2019, a Igreja Santo Antônio de Pádua foi elevada, pelo papa Francis­co, a “basílica menor”. Na prá­tica, o reconhecimento dá mais poderes à paroquia. O anúncio aconteceu no ano que se come­mora o centenário da chegada dos monges olivetanos a Ri­beirão Preto. A aprovação pelo Vaticano ocorreu em 4 de mar­ço do mesmo ano. De acordo com as regras e hierarquia da Igreja Católica, agora a igreja, na prática, tem mais poderes, privilégios e importância.

Entre eles, o de status inter­nacional e não estar submetido à jurisdição eclesiástica local. Também passa a ter um altar reservado ao papa, ao cardeal ou ao patriarca. Os responsáveis pela paróquia ressaltaram o re­conhecimento do papa Francis­co aos monges tibetanos e sua importância na cidade. Os mon­ges chegaram a Ribeirão Preto em 1919 e são parte importante na história da arquidiocese. O título é concedido pelo papa a igrejas consideradas importan­tes, seja pela história ou trabalho que desenvolvem. No Brasil, 80 estão nesta situação.

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