A prefeitura de Ribeirão Preto deu início à implantação de uma nova tecnologia no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika vírus e febre chikungunya. Com o apoio técnico da Fiocruz Amazônia, agentes de endemias da Secretaria Municipal da Saúde foram capacitados para a instalação de três mil armadilhas conhecidas como Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDLs) enviadas pelo Ministério da Saúde.
A ação será executada em duas fases no município. Na primeira etapa, 1.200 armadilhas serão colocadas em residências dos bairros do Distrito Sul, como Vila Virgínia, Parque Ribeirão Preto, Jardim Piratininga e Vila Guiomar.
A escolha desses locais foi feita com base em critérios técnicos, como o histórico de alta infestação do mosquito, recorrência de novos casos e elevada densidade populacional.
A segunda fase da ação está prevista para ocorrer em julho, com a instalação das armadilhas em pontos estratégicos da cidade, que serão definidos com base em análises epidemiológicas.
As EDLs consistem em armadilhas compostas por um pote com água, uma tela e larvicida em pó. Ao pousar, o mosquito entra em contato com o produto químico e, ao sair da armadilha, transporta o larvicida para outros criadouros. A tecnologia permite reduzir a presença de larvas.
Periodicamente, os agentes de endemias visitarão as casas onde as armadilhas serão instaladas para o controle do equipamento. De acordo com Sérgio Luz, pesquisador da Fiocruz Amazônia, a armadilha não oferece riscos para pessoas e animais, e se trata de uma ação complementar.
“A maior parte dos criadouros está dentro das casas. É importante que a população contribua e faça a sua parte”, afirma. O secretário municipal da saúde, Maurício Godinho, destaca a importância da iniciativa e reforça o apoio da população para a instalação das armadilhas nas residências.
“Estamos fortalecendo nossa estratégia de combate ao mosquito com uma tecnologia validada, que amplia nosso alcance e eficiência. É uma medida que se soma às ações já realizadas pela prefeitura, como arrastões, visitas domiciliares e campanhas educativas”, diz.
“Neste momento, o apoio da população para a colocação das armadilhas em suas casas é fundamental para o sucesso desta ação”, afirma. No ano passado, Ribeirão Preto registrou a maior epidemia de dengue da história. Foram 44.634 casos de dengue, maior volume da história da cidade, além de 26 mortes, o número mais elevado de óbitos.
Em 2025, já são 13.814, além de 25.351 sob investigação. Seis mortes foram confirmadas, de três idosos acima de 60 anos – duas senhoras e um senhor –, duas mulheres adultas na faixa de 20 a 39 anos e um menino de 6 anos. Quatro ainda estão sendo apuradas. Desde 2013 já são 75 casos fatais.
O Ministério da Saúde divulgou, no dia 8 de abril, uma lista de 80 municípios classificados como prioritários para ações de controle da dengue. Desses, 16 ainda não haviam sido incluídos na estratégia de vacinação contra a doença e devem passar a receber as doses.
Ribeirão Preto é a segunda do ranking em casos por 100 mil habitantes e já enfrenta nova epidemia. São 1.705,83 casos de pacientes picados pelo mosquito Aedes aegypti a cada 100 mil ribeirão-pretanos – acima de 300 já é considerado cenário de epidemia. A líder é São José do Rio Preto, com 3.048 por 100 mil habitantes.
Regiões – Em 2025, dos 13.814 casos de dengue confirmados em Ribeirão Preto, 5.252 têm entre 20 e 39 aos, 3.754 pacientes têm entre 40 e 59 anos, 1.922 têm mais de 60 anos, 1.727 são do grupo de 10 a 19 anos, 701 são crianças de 5 a 9 anos, 373 têm entre 1 e 4 anos e 85 vítimas tem menos de 1 anos. Neste ano, são 4.140 na Zona Leste, 3.269 na Oeste, 2.915 na Sul, 1.886 na Central e 1.562 na Norte, além de 42 sem identificação.