Material fez parte do simulado para alunos do pré-universitário do Colégio da Fundação Armando Álvares Penteado de Ribeirão Preto realizado no último domingo
Um texto da colunista do jornal Folha de São Paulo Tati Bernardi, em que ela faz críticas ao candidato a presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) e classifica os eleitores dele como “ignorantes” foi utilizado pelo Colégio da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), de Ribeirão Preto como texto base para oito questões do simulado realizado no domingo, 23 de setembro, para alunos da terceira série e pré-universitário. O material ganhou as redes sociais, gerando grande polêmica.
O texto de Tati Bernardes foi veiculado na Folha de São Paulo do dia 19 de setembro e tem como título “Eleitores do Bolsonaro, Sigam-me”.
A utilização do referido texto pelo colégio ganhou repercussão nas redes sociais, principalmente o WhatsApp e Facebook e está sendo repassado como exemplo de propaganda partidária ilegal por parte da escola e contra o candidato.
O Tribuna consultou especialistas e eles divergem sobre a utilização do texto. Alguns garantem que, além da polêmica, não existe a configuração de crime eleitoral já que o texto é assinado e está protegido pelo direto de Liberdade de Expressão. ”O colégio foi infeliz na escolha do assunto já que identificou um candidato”, afirma o advogado Marco Damião. Outros dizem que cabe uma representação por quem se sentiu ofendido junto a Justiça eleitoral.
Procurado pelo Tribuna o Colégio respondeu com uma seguinte nota: “A FAAP, como instituição acadêmica, tem promovido o debate político, recebendo a maioria dos candidatos para sabatina com alunos e convidados, em coparticipação com o Jornal “O Estado de São Paulo”. A propósito de uma prova realizada no último dia 23 de setembro neste Colégio FAAP de Ribeirão Preto, em que foram reproduzidos textos com opiniões políticas veiculadas na mídia nacional, a Fundação reitera sua posição apolítica e totalmente voltada ao conhecimento acadêmico, esclarecendo que o texto lá reproduzido não reflete a neutralidade da Instituição”.