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Um chacoalhão pra fazer acontecer

Cada vez mais pessoas buscam significado no que fazem. A busca de um propósito profissional é uma justa inquietação também na área pública. Enquanto na área privada estudiosos e administradores fazem todo tipo de esforço visando identificar o que move e afeta o indivíduo no trabalho, na área pública são poucas as iniciativas nesse sentido. Com relação às dimensões de satisfação e do propósito profissional no serviço público municipal falta ainda um esforço mais profundo do Município para identificar os diversos fatores que afetam o funcionalismo.

Quando o profissional ingressa no serviço público, traz consigo uma variedade de valores e anseios. Entretanto, na maioria das vezes, não encontra espaço para debater tais interesses. E com isso, todo aquele intuito de contribuir para melhorar o ambiente onde está passa a ser combatido por atividades rotineiras e desvalorizadas. Cada vez mais o servidor público se questiona a respeito daquilo que faz, como faz e nas condições nas quais é obrigado a fazer.

A sensação de impotência diante do sucateamento do serviço público, situações ainda existentes de desmandos, a falta de valorização, a influência do aparelhamento político são fatores de desmotivação do nosso funcionalismo. Uma parte se vê sem opção, sem saída. Outra parte percebe que a saída é continuar lutando. É por isso que a meta de construção de um serviço público municipal moderno, democrático, inclusivo passa, no entendimento do Sindicato dos Servidores, pelo enfrentamento de questões ligadas ao valor e ao significado do esforço dos nossos servidores.

Para que os servidores possam reescrever suas carreiras é urgente a institucionalização de práticas de negociação abertas, plurais e democráticas. Não há boa gestão em lugar nenhum do mundo sem negociação, sem a construção de consensos mínimos. Em outras palavras, sem diálogo não há governo que crie boas condições para recrutar, reter e aperfeiçoar o trabalho dos quadros profissionais no setor público.

O tamanho do desafio da gestão da força de trabalho não permite mais que sucessivos governos atuem no automático, burocraticamente. No seio da categoria há uma profunda inquietação que impulsiona perguntas, questionamentos, mobilização a respeito do tema. É um debate necessário que talvez o governo não inicie por vontade própria.

Às vezes é um chacoalhão que faz as coisas acontecerem. E o nosso papel e compromisso, enquanto entidade sindical, é oferecer apoio sério, útil e relevante para que a categoria avance na carreira e que os obstáculos já ultrapassados sirvam de inspiração para ir em frente.

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