Tribuna Ribeirão
DestaquePolítica

Vereadores impõem regras ao PróUrbano

ALFREDO RISK/ARQUIVO

Seis emendas ao projeto que autoriza subsídio de até R$ 17 milhões ao Consórcio PróUr­bano – concessionário do trans­porte coletivo na cidade, forma­do pelas viações Rápido D’Oeste (50%) e Transcorp (50%) – para compensar parte do desequi­líbrio financeiro causado no setor pela pandemia do coro­navírus, aprovado na sessão de terça-feira, 1º de junho, em primeira discussão, tentam es­tabelecer uma espécie de con­trapartida para o grupo.

A redação final será votada na sessão de terça-feira (8). An­teontem, doze parlamentares votaram a favor e dez, contra. As emendas aditivas estabelecem desde a proibição do aumento da tarifa durante o período do repasse até o fim da superlotação dos ônibus em horários de pico. A prefeitura já havia exigido do consórcio, no texto original do projeto, que o grupo disponibi­lize quantidade de ônibus sufi­ciente para evitar a superlotação.

O transporte coletivo de Ri­beirão Preto tem 118 linhas, 356 veículos e cerca de 600 motoris­tas. Por causa da pandemia, tem operado com 80% da frota. A proposta prevê uma parcela de R$ 5 milhões referente às perdas entre março e dezembro do ano passado e mais seis prestações de R$ 2 milhões cada, referen­tes ao prejuízo já contabilizado ou que será provocado pela pandemia este ano.

O presidente da Câmara, Alessandro Maraca (MDB), é autor da emenda que proíbe o aumento da tarifa durante o período do repasse. Também exige a garantia dos empregos dos funcionários vinculados às empresas do consórcio por seis meses, com exceção de justa causa ou pedido de demissão. A emenda de Gláucia Berenice (DEM) estabelece que, quando da revisão anual da passagem de ônibus, o valor repassado ao PróUrbano seja contabilizado para evitar reajustes elevados.

Bertinho Scandiuzzi (PSDB) teve duas emendas aprovadas. A primeira estabelece que o Con­sórcio PróUrbano deverá refor­çar a higienização do transporte público e o distanciamento den­tro dos coletivos. Já a segunda prevê que a frota deverá rodar com 100% para evitar aglomera­ções nos ônibus e nos terminais.

A Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ), presidi­da por Isaac Antunes (PL), tam­bém conseguiu inserir emenda semelhante que limita em 60% o total de passageiros no ônibus. A sugestão de André Rodini (Novo) estipula prazo de 15 dias para que o consórcio disponibilize pla­nilhas com as justificativas do desequilíbrio financeiro. Por se tratar de emendas aditivas, to­das podem ser vetadas pelo pre­feito Duarte Nogueira (PSDB) sem alterar o escopo do projeto.

No início da semana, os cer­ca de 600 condutores de ônibus do consórcio entraram em greve por causa do atraso na vacina­ção contra a covid-19 e pelo não pagamento do vale salarial, no valor de aproximadamente R$ 1 milhão, que deveria ter sido depositado no dia 20 de maio. Parte do subsídio deve ser usado para quitar essa dívida.

Argumentos
No projeto, a prefeitura argumenta que a adoção de medidas para reduzir a circu­lação de pessoas na cidade tem resultado em queda vertigino­sa na demanda por transporte público, ao mesmo tempo em que os custos para prestação desse serviço estão maiores, notadamente em razão dos su­cessivos aumentos no preço do óleo diesel e de outros insumos desde meados de 2019.

O subsídio foi decidido após análise de um dossiê com as perdas e o custo operacional o transporte coletivo protocolado pelo PróUrbano nas secretarias municipais da Fazenda e da Ad­ministração. A prefeitura paga­rá ao consórcio apenas valores referentes ao custo operacional do serviço que, em virtude da pandemia de covid-19, não possa ser coberto pela arreca­dação das tarifas.

Custo operacional
Os componentes do custo operacional são aqueles referen­tes à mão de obra e encargos, ao combustível, à frota e às ins­talações necessárias à prestação do serviço. Segundo dados da Empresa de Trânsito e Trans­porte Urbano de Ribeirão Preto (Transerp), durante a pandemia de coronavírus, que começou em março do ano passado, o custo operacional do PróUrba­no foi de R$ 101.511.060,98. Já a receita de R$ 65.651.272,17. Ou seja,m acumula déficit de R$ 35.859.788,81.

Segundo o projeto, a des­tinação de recursos poderá retroagir, no máximo, até a data da publicação do decreto municipal nº 69, de 19 de mar­ço de 2020, que reconheceu o estado de emergência em saúde pública por força da covid-l9, perdurando até o fim da pande­mia declarada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), pelo Ministério da Saúde ou da situ­ação sanitária específica.

Respaldo
Segundo a prefeitura, as me­didas estão respaldadas pela Lei das Licitações (nº 8.666/1993), pois a pandemia gerou danos externos, imprevisíveis no mo­mento da celebração do con­trato de concessão, assinado pela prefeitura com o PróUr­bano em 28 de maio de 2012. O acordo prevê que quando houver um fato inesperado seja realizada uma suplemen­tação pelo município.

As seis emendas dos vereadores
Emenda de Alessandro Maraca (MDB, uma) – Tarifas do transporte público não podem sofrer reajustes durante o período do subsídio e as empresas do consórcio terão de manter os empregos (exceção para os casos de justa causa e pedidos de demissão)

Emenda de Gláucia Berenice (DEM, uma) – Repasse terá peso maior para reajuste menor da tarifa de ônibus

Emendas de Bertinho Scandiuzzi (PSDB) – Consórcio terá de reforçar a higienização dos ônibus e terminais e o distanciamento terá de ser respeitado nos ônibus – Frota deve rodar com 100% para evitar superlotação

Emenda da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – Limite de 60% de passageiros nos ônibus

Emenda de André Rodini (Novo) – Consórcio tem 15 dias para disponibilizar planilhas

Custo operacional durante pandemia de coronavírus
Quilometragem percorrida
20.151.879 quilômetros

Custo por quilômetro rodado
R$ 5,0373

Custo operacional do período
R$ 101.511.060,98

Receita do PróUrbano no período1
R$ 65.651.272,17

Déficit do período
R$ 35.859.787,91

Dados de janeiro 2020 (Antes da pandemia)
Passageiros transportados – 3.840.770
Passageiros pagantes – 2.244.477
Receita no mês – R$ 9.351.721,12

Dados março de 2021 (Ápice da pandemia)
Passageiros transportados c 1.951.225
Passageiros pagantes – 1.191.742
Receita no mês – R$ 4.846.295,12

Fonte: Transerp

Postagens relacionadas

RP soma 666 ataques de escorpião no ano 

Redação 2

Obra em prédio da Caixa vai começar

Redação 1

MPE quer vistoria anual em escolas

Redação 1

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade. Aceitar Política de Privacidade

Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com