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Política

Vieira e Rubio se reúnem na Casa Branca; Trump e Lula em breve

Trump e Lula devem se encontrar pessoalmente em breve (Ag.Br)

Mauro Vieira afirmou que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump devem se encontrar nos próximos meses


O Brasil e os Estados Unidos devem realizar uma nova reunião em novembro, dando continuidade à retomada do diálogo entre os dois países após meses de tensão diplomática, disse nesta quinta-feira, 6 de outubro, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.

A declaração foi feita após encontro com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, na Casa Branca, em Washington.

Segundo o chanceler, o encontro – que durou cerca de uma hora – ocorreu em clima de “excelente descontração e troca de ideias”, com foco principal nas tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.

“Foi muito produtivo, com muita disposição para trabalhar em conjunto e traçar uma agenda bilateral de comércio”, disse Vieira em entrevista a jornalistas.

A reunião teve duas etapas: uma conversa privada entre os dois ministros e, em seguida, a participação de diplomatas e representantes comerciais de ambos os governos. Vieira confirmou que as equipes técnicas devem começar a negociar “em breve” medidas para tentar reverter as tarifas de 50% aplicadas por Washington desde agosto.

Vieira afirmou que os presidentes Lula e Trump devem se encontrar nos próximos meses, embora a data e o local ainda não estejam definidos

 (Fábio Rodrigues-Pozzebe Yuri Gripas/Reuters)

Possível encontro – Vieira também afirmou que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump devem se encontrar nos próximos meses, embora a data e o local ainda não estejam definidos. “Está mantido o objetivo de que os líderes se reúnam proximamente. Há interesse de ambas as partes para que isso aconteça o quanto antes”, declarou o ministro.

Inicialmente, a expectativa era de que o encontro pudesse ocorrer durante a Cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), na Malásia, no fim de outubro. No entanto, segundo o chanceler, as agendas dos presidentes devem determinar o momento mais adequado para a reunião.

Contexto – As relações entre Brasil e Estados Unidos atravessam um período de instabilidade desde que o governo Trump decidiu impor tarifas de 50% sobre produtos brasileiros – geral de 10% e adicional de 40% direcionada apenas ao Brasil.

A medida foi justificada pela Casa Branca como uma resposta a uma suposta “politização” do Judiciário brasileiro e à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.

Além do tarifaço, Washington também aplicou sanções financeiras e consulares a autoridades brasileiras, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. As ações foram vistas em Brasília como retaliação política.

O encontro entre Vieira e Rubio é o primeiro de alto nível desde que Trump reassumiu a Presidência dos Estados Unidos, em janeiro. A reunião sinaliza um esforço de reaproximação entre os dois países, iniciado após uma breve conversa entre Lula e Trump durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em setembro, em Nova York.

De acordo com o Itamaraty, Mauro Vieira e Marco Rubio devem manter contato direto nas próximas semanas para definir a agenda de reuniões técnicas. A expectativa é que, até novembro, sejam traçadas as bases para uma negociação ampla sobre tarifas e cooperação comercial.

“O importante é que prevaleceu uma atitude construtiva, com aspectos práticos para a retomada das negociações entre os dois países”, destacou o chanceler. “Há boa química entre os governos, e o diálogo está aberto.”

Em 6 de outubro, Lula solicitou a retirada da sobretaxa de 50% imposta pelo governo norte-americano a produtos brasileiros.

A medida veio acompanhada de uma lista de isenções de quase 700 itens, com alívio a setores como o de suco de laranja e o de fabricação de aeronaves. Cerca de 3,8 mil itens estão sujeitos à sobretaxa de 50%.

Energia – O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, reforçou que terá encontro com o secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, em 30 e 31 de outubro, durante encontro de ministros do setor energético do G7, no Canadá.

Silveira disse que, além da negociação sobre as tarifas impostas aos produtos importados do Brasil, também pretende discutir política de investimento em data centers e os minerais críticos com Wright na reunião no Canadá. Ontem foi instalado o Conselho Nacional de Política Mineral (CNPM).

O órgão foi idealizado para planejar políticas de exploração mineral, inclusive dos chamados minerais críticos e terras raras, que hoje são atualmente fonte de tensão entre a China e os Estados Unidos. Será formado por representantes de 18 ministérios sob a presidência do ministro Alexandre Silveira.

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