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Casos de dengue sobem 390% em RP

JF PIMENTA/ ESPECIAL PARA O TRIBUNA

A situação está crítica em Ribeirão Preto e vai piorar se a população não colaborar elimi­nando os criadouros do mosquito Aedes aegypti – transmissor de arboviroses como o zika vírus, as febres chikungunya e amarela (na área urbana) e, principalmente, da dengue. A cidade não enfrenta epidemia da doença desde 2016, quando 35.043 pessoas foram ví­timas do vetor, mas os números constatados em apenas 74 dias deste ano preocupam, principal­mente porque um novo sorotipo, o vírus tipo 2, ainda mais forte, já circula no município.

Segundo o último Boletim Epidemiológico parcial, divulga­do nesta sexta-feira, 15 de março, pela Divisão de Vigilância Epide­miológica (DVE) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Ri­beirão Preto já registrou 540 casos de dengue entre 1º de janeiro e ontem, 430 a mais do que os 110 do primeiro trimestre de 2018 inteiro, alta de 390,9%. Grande parte é do sorotipo 2, que é mais forte e contra o qual a população não está imune. Há ainda 3.432 ocorrências sob investigação.

O número de vítimas do Ae­des aegypti na cidade em apenas 74 dias já é 99,2% superior ao total do ano passado, quando Ribeirão Preto contabilizou 271 ocorrências, com 269 pacientes a mais. Em 2017, foram registrados 246 casos, o volume mais baixo dos últimos doze anos. No ano passado, das 271 pessoas picadas pelo vetor, 90 eram da Zona Les­te, mais 73 na Oeste, 51 na Norte, 37 na Sul e 19 na Central, além de um caso sem identificação do distrito.

Neste ano, dos 540 pacientes, 181 são da Zona Leste, mais 104 da Oeste, 127 da Norte, 42 da Sul, outros 69 na Central e 17 sem identificação do distrito. O tercei­ro menor registro de casos ocor­reu em 2012, com 317. Em 2014 foram 398 registros. Nos demais oito anos os casos confirmados foram superiores a mil, em alguns deles passando de dez mil regis­tros, como em 2016 (de 35.043 casos), 2010 (de 29.637), 2011 (de 23.384) e 2013 (de 13.179).

A Secretaria Municipal da Saúde constatou aumento de 167,8% no número de vítimas do Aedes aegypti na primeira quinzena de março deste ano, na comparação com o mesmo mês inteiro de 2018. Saltou de 28 para 75, acréscimo de 47. Segundo o mais recente Levantamento Rá­pido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), o índice de infestação predial (IIP), que mede a quantidade de criadou­ros do Aedes aegypti em Ribeirão Preto é de 2,7%, e a cidade está em alerta contra o vetor. Significa que a cada 100 imóveis, quase três têm focos do inseto. No levantamento de junho a situação era bem pior e o município estava no grupo de risco, com IIP de 5,3%. Fechou 2017 em alerta. Na época, o índi­ce estava em 1,3% – inferior ao de 2016, de 1,6%.

A Secretaria Municipal da Saúde pede à população para não relaxar, evitar água parada e elimi­nar os criadouros do vetor, prin­cipalmente agora, na época das chuvas. No ano passado foram 45 casos em janeiro, 37 em feverei­ro, 28 em março, 42 em abril, 35 em maio, 17 em junho, onze em julho, cinco em agosto, um em setembro, seis em outubro, cinco em novembro e 38 em dezembro.

Arrastão
Nesta sexta-feira (15), a Secre­taria da Saúde promoveu o Dia “D” de combate ao mosquito Ae­des aegypti. A ação envolveu 355 pessoas, entre agentes de combate de endemias da Divisão de Vigi­lância Ambiental em Saúde e co­munitários, com o suporte de 38 caminhões, além de 30 veículos e motoristas que transportaram 35 equipes para o trabalho de campo.

Participaram ainda, em tra­balhos pontuais de limpeza e orientação, servidores e alunos por meio de programas das pastas da Educação e Esporte. Também houve trabalho no Bosque e Zoo­lógico Municipal Doutor Fábio de Sá Barreto. O arrastão ocorreu nas zonas Oeste e Norte, que até então concentravam a maior incidência de dengue. Vários recipientes que poderiam servir de criadouro para a proliferação do Aedes ae­gypti foram recolhidos.

Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.384 casos
2012 – 317 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 271 casos
2019 – 540 casos

  • * O ano está só começando

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