Tribuna Ribeirão
Ciência e Tecnologia

Grupo acusa Apple de usar sistema de rastreamento sem autorização

Apple está sendo acusada pelo grupo ativista austríaco Noyb de utilizar uma ferramenta de rastreamento online instalada em seus iPhones sem a autorização de seus clientes. Os argumentos foram apresentados pelo coletivo liderado por Max Schrems às autoridades da Espanha e Alemanha. A gigante da tecnologia nega o uso do recurso sem a permissão de seus clientes.

A aplicação alvo do pedido é conhecida como Identifier for Advertisers (IDFA, na sigla em inglês). Um código de rastreamento é gerado automaticamente por esta ferramenta assim que o smartphone da marca é configurado. Resumidamente, este código serve para que empresas saibam das preferências dos usuários e consigam direcionar anúncios de maneira mais assertiva.

“A Apple coloca códigos que são comparáveisa um cookie em seus telefones sem qualquer consentimento do usuário. Esta é uma violação clara das leis de privacidade da União Europeia”, afirmou o advogado de Noyb, Stefano Rossetti. Neste ponto, o defensor do grupo se referiu à Diretiva de privacidade eletrônica da UE, que requer o consentimento do usuário antes da instalação e uso de tais informações.

Segundo o portal de notícias Bol, esta é a primeira importante ação contra empresas sediadas nos Estados Unidos relacionada às regras de privacidade da UE. Ainda cabe lembrar que Max Schrems é conhecido por seu ativismo envolvendo direitos digitais na Europa e por já ter ganhado dois grandes processos contra o Facebook.

O que diz a Apple

Na segunda-feira (16) a Apple se pronunciou sobre as investidas do Noyb contra seu sistema de rastreamento. De acordo com a empresa, as reclamações apresentadas são “factualmente imprecisas e esperamos deixar isso claro para os reguladores de privacidade, caso examinem a reclamação”, afirmou a gigante da tecnologia.

Reprodução

Apple se defendeu das acusações do grupo ativista de Max Schrems e disse não acessar o código de rastreamento de seus clientes. Créditos: THINK A/Shutterstock

A companhia de Steve Jobs também ressaltou que “não acessa ou usa o IDFA no dispositivo do usuário para qualquer propósito” e ainda ressaltou seu objetivo de proteger a privacidade de seus usuários, inclusive por meio de seu último sistema operacional, o iOS 14, que, segundo ela, proporcionou mais controle aos clientes sobre suas informações.

Fonte: Reuters

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