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Economia

IPCA fecha abril com alta de 0,43% 

Resultado é o mais alto para mês desde 2003, quando fechou em 0,61%; sobe 2,48% no ano e 5,53% em doze meses (Pixabay)

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de 0,56% em março ara 0,43% em abril, após altas de 1,31% em fevereiro, 0,16% em janeiro, 0,52% em dezembro, 0,39% em novembro, de 0,56% em outubro e 0,44% em setembro. Havia fechado o quarto mês de 2024 em 0,38%.

A alta de 0,43% é o resultado mais elevado para o mês desde 2023, quando havia subido 0,61%. Como consequência, a taxa acumulada em doze meses acelerou pelo terceiro mês consecutivo, passando de 5,48% em março para 5,53% em abril, a mais alta desde fevereiro de 2023, quando estava em 5,60%. Era de 5,48% até fevereiro, 4,56% até janeiro e 4,83% até dezembro

A taxa acumulada pela inflação no primeiro quadrimestre é de 2,48%, contra 2,04%.até março. Era de 1,47% no primeiro bimestre de 2025 e de 1,80% dos quatro primeiros meses do ano anterior. Os números oficiais da inflação foram divulgados nesta sexta-feira, 9 de maio, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O grupo Vestuário saiu de alta de 0,59% em março para elevação de 1,02% em abril, com impacto de 0,05 ponto percentual para o IPCA. As maiores contribuições partiram das altas na roupa feminina (1,45%), na roupa masculina (1,21%) e nos calçados e acessórios (0,60%). Segundo o IBGE, o movimento sazonal de mudança de estação, com a chegada às lojas de novas coleções, explica os aumentos de preços.

O grupo Despesas pessoais saiu de avanço de 0,70% em março para alta de 0,54% em abril. O grupo contribuiu com 0,05 ponto percentual para a taxa de 0,43% do IPCA do último mês. Houve pressão dos aumentos nos subitens cigarro (2,71%) e serviços bancários (0,87%).

O IPCA em doze meses Está 1,03 ponto percentual acima do teto da meta de inflação estimado pelo Banco Central (BC), de 4,50%. A inflação perseguida pelo Banco Central continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos (de 1,50% a 4,50%).

Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo. O índice do IBGE apura o custo de vida para famílias com rendimentos entre um (R$ 1.518) e 40 salários mínimos (R$ 60.720).

Itens – Apesar de representar o maior impacto de alta na inflação de abril, o grupo Alimentação e bebidas mostra desaceleração ante março, quando foi de 1,17%. Os alimentos integram o grupo de maior peso no IPCA, por isso, mesmo desacelerando, exercem impacto importante na média de preços da cesta de consumo dos brasileiros.

Os produtos que mais puxaram para cima o preço da comida foram batata-inglesa (18,29%), tomate (14,32%) e café moído (4,48%). Em doze meses, o café apresenta alta de 80,2%, configurando-se a maior variação acumulada desde o início do Plano Real em julho de 1994. Por outro lado, o arroz, que caiu 4,19%, foi o item alimentício que mais colaborou para segurar os preços.

O ovo, que vinha sendo um dos vilões (alta de 16,74% em doze meses), recuou 1,29% em abril, assim como a cenoura (-10,40%) e as frutas (-0,59%). As passagens aéreas recuaram 14,15% em abril, subitem de maior impacto negativo no IPCA do mês, -0,09 ponto percentual.

As famílias brasileiras gastaram mais com alimentação e bebidas em abril pelo oitavo mês consecutivo. O grupo Alimentação e Bebidas acumula alta de 7,81% nos doze meses encerrados em abril, contribuição de 1,68 ponto porcentual para a taxa de 5,53% no período.

Difusão – O índice de difusão – indicador que mostra a proporção de subitens que tiveram aumento de preço no mês – passou de 55% para 70% dos 168 produtos alimentícios pesquisados  Em todo o IPCA, o índice de difusão ficou em 67% dos 377 subitens apurados – o maior desde dezembro de 2024 (69%).

Grupos – Dos nove grupos de preços pesquisados pelo IBGE, oito apresentaram inflação positiva, com os maiores pesos  exercidos por Alimentação e bebidas e Saúde e cuidados pessoais. Juntos, responderam por 0,34 ponto percentual (p.p.) do IPCA.

A única queda foi registrada em Transportes (-0,38%, contribuição negativa de 0,08 p.p.). Os preços de Alimentação e bebidas subiram 0,82% (impacto de 0,18 ponto percentual), atrás de Vestuário (1,02% e 0,05 p.p.) e Saúde e cuidados pessoais, que avançou 1,18% (0,16 p.p.).

Depois aparecem Comunicação (0,69% e 0,03 p.p.), Despesas pessoais (0,54% e impacto de 0,05 p.p.), Artigos de residência (0,53% e contribuição de 0,02 p.p.), Habitação (0,14% e 0,02 p.p.) e Educação (0,05%, sem impacto)

A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um aumento de 0,62% em março para uma alta de 0,20% em abril. No acumulado em doze meses, passou de 5,88% para 6,03%.

Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,18% em março para uma alta de 0,35% em abril. A inflação de monitorados em doze meses saiu de 5,12% em março para 4,71% em abril.

IPCA de 2024 – A inflação oficial do país fechou o ano passado em 4,83%, contra,alta de 62% em 2023, elevação de 5,79% em 2022, aumento de 10,06% em 2021 e 4,52% em 2020, segundo o IBGE. A maior variação mensal do IPCA foi em março de 1990 (82,39%), enquanto a menor, em julho de 2022 (-0,68%).

A inflação por grupos
Alimentação – Os preços de Alimentação e bebidas aumentaram 0,82% em abril, após alta de 1,17% em março. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,18 ponto percentual para o IPCA, que subiu 0,43% no mês. Entre os componentes, a alimentação no domicílio teve alta de 0,83% em abril, após ter avançado 1,31% no mês anterior. A alimentação fora do domicílio subiu 0,80%, ante alta de 0,77% em março. O lanche subiu 1,38% (contra 0,63% do mês anterior), enquanto a refeição fora de casa avançou 0,48% (ante alta de 0,86% em março).

Transportes – Os gastos das famílias com Transportes caíram 0,38% em abril, após alta de 0,46% em março. O grupo deu uma contribuição negativa de 0,08 ponto percentual. Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,45% em abril, após avanço de 0,46% no mês anterior. A gasolina caiu 0,35%, após ter registrado alta de 0,51% em março.

O etanol recuou 0,82% nesta leitura, após alta de 0,16% na anterior. O óleo diesel recuou 1,27% (subiu 0,33% em março) e o gás veicular caiu 0,91% (após elevação de 0,23%). As passagens aéreas recuaram 14,15% em abril (após alta de 6,91% em março), subitem de maior impacto negativo no IPCA do mês, -0,09 ponto percentual.

Habitação – Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de elevação de 0,24% em março para alta de 0,14% em abril, impacto de 0,02 ponto percentual para a taxa de 0,43% registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. A energia elétrica residencial teve queda de 0,08% em abril, após maltas de 0,12%v em março e 16,80% em fevereiro.

Saúde – O grupo Saúde e cuidados pessoais saiu de avanço de 0,43% em março para alta de 1,18% em abril. O grupo contribuiu com 0,16 ponto percentual para a taxa do IPCA. O resultado foi impulsionado pelo aumento de 2,32% nos produtos farmacêuticos, após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março.

O item liderou o ranking de maiores pressões sobre o IPCA de abril, com contribuição de 0,08 ponto percentual. Houve influência também no grupo dos avanços de 1,09% nos itens de higiene pessoal (subiu 0,51% em março) e de 0,57% no plano de saúde (estável em relação aos mês anterior).

INPC – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,48% em abril, após elevação de 0,51% em março. No quarto mês do ano passado, subiu 0,37%. Com o resultado, o índice acumula alta de 2,49% no ano. A taxa em doze meses mostrou alta de 5,32%, ante taxa de 5,20% até março. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.

INCC – O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) subiu 0,46% em abril. O resultado sucede um avanço de 0,35% em março. Foi de 0,52% no quatro mês de 2024. No ano, acumula elevação de 1,56%. Em doze meses, o índice acumulado ficou em 4,74%. Segundo o IBGE, o custo nacional da construção foi de R$ 1.818,64 por metro quadrado em abril. A parcela dos materiais teve alta de 0,31%, enquanto o custo da mão de obra subiu 0,68%. 

 

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