Por Luiz Carlos Merten e André de Leones
Não é uma data redonda, mas na próxima sexta-feira, 11, serão 19 anos do ataque às torres gêmeas en Nova York. O 11 de Setembro virou um marco na consciência dos norte-americanos. No momento em que explodem nos EUA, como rastilho de pólvora, os maiores protestos raciais desde os anos 1960 – e o presidente Donald Trump, candidato à reeleição, tenta ganhar a maioria silenciosa com um discurso baseado na defesa da lei e da ordem -, vale lembrar de novo como o cinema abordou o assunto.
11 de Setembro
Onze diretores de todo o mundo se uniram em 2002 para fazer esse filme em episódios, cada um com nove minutos e 11 segundos (“nine eleven”) de duração, contando como o ataque ao World Trader Center foi visto/recebido em diferentes latitudes.
Ken Loach e Denis Tanovic fizeram os filmes mais explosivos, comparando o 11 de Setembro dos norte-americanos com o bombardeio de La Moneda, com apoio dos EUA, que acabou com o governo da Unidade Popular do presidente Salvador Allende, no Chile, e o massacre de Srebrnica, na Guerra da Bósnia. A iraniana Samira Makhmalbaf retrata o episódio de dentro de uma sala de aula, com a professora tentando explicar o que se passou a crianças pequenas.
Fahrenheit, 11 de Setembro
O documentário de Michael Moore, de 2004, resgata aquele momento em que o então presidente George W. Bush recebe o anúncio do ataque. Ele visita um jardim de infância na Flórida. Lê um livro infantil, fica com cara de pasmo, sem reação. O filme mostra como Bush fechou aeroportos, mas facilitou a vida de seus amigos sauditas. Num encontro prévio à intervenção no Afeganistão e no Iraque, assessores prometem – a destruição dos países será benéfica para todos. A reconstrução trará muito dinheiro para os investidores.
Sicko
Outro documentário de Michael Moorre, este de 2007. Aborda o sistema de saúde privatizado dos EUA. O bombeiro que foi herói no 11 de Setembro, mas aspirou a cinza tóxica e não consegue tratamento nos EUA. Moore o coloca numa lancha, na Flórida, e vai até Cuba. Saúde para todos, na ilha de Fidel Castro. O bombeiro é atendido e ainda leva medicamentos para casa.
As Torres Gêmeas
No seu longa de ficção, de 2006, Oliver Stone conta as história de dois agentes da Autoridade Portuária, Nicolas Cage e Michael Peña, que ficam presos nos escombros do World Trade Center depois de orientar a saída de centenas de pessoas em pânico.
Voo United 93
O longa semidocumerntário de Paul Greengrass, de 2006, reconstitui um dos momentos trágicos daquele 11 de Setembro. Terroristas controlam o voo United 93 e os próprios passageiros se mobilizam para derrubar a aeronave, abortando mais um ataque a instalações dos EUA.
A Hora Mais Escura
Kathryn Bigelow fez história como primeira mulher a ganhar o Oscar de direção por Guerra ao Terror, de 2010. Na sequência, em 2012, emendou essa ficção sobre a caçada a Osama Bin Laden. Como ele foi encontrado e morto durante a filmagem, a produção teve de ser reformulada em pleno andamento.
O Terminal
A história do estrangeiro que fica preso dentro de um aeroporto no auge da paranoia provocada pelo 11 de Setembro. Os protocolos de segurança ficaram mais rígidos, mas ele colhe uma onda de simpatia, apesar da dureza do oficial da imigração. Com esse filme de 2004, e sem que uma só referência seja feita ao ataque às Torres Gêmeas, Steven Spielberg iniciou uma trilogia informal, que inclui Guerra dos Mundos e Munique, ambos de 2005.