Tribuna Ribeirão
Economia

Presentes estão 5,3% mais caros 

Valorização do ouro, alta do cacau e impacto do dólar elevam preço dos presentes em 5,3%; jóias e chocolates lideram a inflação  (Reprodução)

Os consumidores deverão sentir o reflexo da alta nos preços na hora de ir às compras para o Dia das Mães deste ano. De acordo com um levantamento da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), os produtos mais tradicionais para a data registraram uma alta média acumulada de 5,3% em doze meses considerando até março de 2025.  
 
O percentual é bastante superior ao observado no mesmo período do ano passado, quando a variação registrada foi de apenas 0,48%. A pesquisa, realizada com base nos dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), monitorou a variação dos preços de 26 itens.  
 
Dentre os produtos, as joias se destacam como a opção mais cara, com aumento de 26,81%, reflexo da valorização do ouro no mercado internacional, que subiu 40% em um ano. Além disso, tarifas impostas pelo governo norte-americano levaram a uma procura maior pelo metal, estimulando ainda mais a alta nos preços. 
 
Os chocolates, que já registraram preços elevados na Páscoa, permanecem em alto patamar. O cenário é reflexo do desequilíbrio entre a oferta e a demanda global por cacau. Os bombons apresentam alta de 21,77%, enquanto os achocolatados subiram 16,11%.  
 
A perspectiva, segundo a FecomercioSP, é que os preços só se normalizem em médio e longo prazos o que significa que as famílias terão de lidar com os valores elevados por mais algum tempo. Na sequência, aparecem perfumes (8,44%), artigos de maquiagem (6,52%) e produtos para cabelo (6,03%).  
 
Em razão de muitos desses itens serem importados, são mais afetados pela variação do dólar. Outra razão para o aumento são os custos dos insumos da indústria de cosméticos e de produtos de beleza em geral, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo. 
 
Por outro lado, quem optar por presentear com vestuário pode se beneficiar, uma vez houve queda de quase 10% no preço do algodão no mercado internacional. A maior parte dos produtos têxteis apontou variações mais moderadas, ficando, em sua maioria, abaixo da inflação nacional. São os casos das lingeries (4,34%), das blusas (3,31%) e das saias (1,92%). 
 
O levantamento também observou as variações de preços dos produtos eletrônicos, como o computador pessoal (5,14%) e o televisor (-0,22%), além dos telefones (-1,85%). Já entre os serviços, a alimentação fora de casa está, em média, 7,17% mais cara do que há um ano. Serviços de manicure (9,7%) e design de sobrancelhas (7,55%) também subiram ambos acima da média nacional de inflação (5,48%). 
 
Apesar desse encarecimento, a perspectiva da FecomercioSP é que o mercado de trabalho aquecido mantenha o consumo das famílias, fortalecendo as compras para a ocasião. Ademais, a concorrência no Comércio pode favorecer a busca por promoções, e o pagamento via PIX continua sendo uma alternativa para a clientela conseguir descontos. 
 
Vendas – O Dia das Mães deste ano será promissor para o varejo paulista. Uma das datas mais relevantes para o setor deve superar os obstáculos da inflação e dos juros altos, sendo estimulada pelo mercado de trabalho aquecido e pela renda em elevação. A expectativa é que o faturamento dos segmentos diretamente impactados pela data cresça 5,4% em relação a maio de 2024. Os dados são da FecomercioSP. 
 
Em números absolutos, o faturamento dessas atividades pode atingir R$ 75,3 bilhões, o que representa um salto de R$ 3,86 bilhões em comparação com o ano passado. Vale lembrar que essas informações se referem a números brutos, não considerando a lucratividade dos negócios. 
 
A projeção é que as lojas de móveis e decoração apresentem a maior taxa de crescimento de 15,8% em relação ao ano passado. No entanto, é importante mencionar que trata-se da atividade de menor receita, sendo comum grandes variações porcentuais para cima ou para baixo.  
 
As lojas de vestuário, tecidos e calçados, ainda bastante combalidas pelos efeitos da pandemia, como a Federação já mostrou em outra pesquisa, também vão crescer neste mês (14,7%), evidenciando a forte relação entre a data e o segmento de roupas. 
 
Farmácias e perfumarias, por sua vez, vão crescer 10%, com projeção de R$ 12,7 bilhões em vendas. O aumento (de R$ 1,17 bilhão) reflete a popularidade de produtos de beleza, cosméticos e itens de autocuidado entre as preferências dos consumidores na hora de presentear as mães, tendência já apontada em pesquisas de intenção de compra em anos anteriores. 

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