Tribuna Ribeirão
Cultura

Theatro Pedro II completa 90 anos

FOTO: AMIGOS DA FORTOGRAFIA

Inaugurado em 8 de outu­bro de 1930, com a apresentação do filme “Alvorada do Amor”, o Theatro Pedro II, instalado na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, no Centro Histórico, é referência histórica e cultural para Ribeirão Preto e região, sendo o terceiro maior teatro de ópera do Brasil.

Nesta quinta-feira (8), um dos maiores patrimônios da ci­dade completa 90 anos marca­dos por muitos espetáculos, exi­bição de filmes e shows, onde se tornou a casa de artistas nacio­nais e internacionais. Por causa da pandemia de coronavírus, a homenagem ocorreu em 12 de setembro, nas redes sociais.

A Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto fez uma live es­pecial direto do palco do The­atro Pedro II, patrimônio cul­tural tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio His­tórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat). A regência do “concerto espe­cial” foi do renomado maestro Roberto Minczuk, que coman­dou a Osrp entre 1995 e 2000.

A Fundação Dom Pedro II, responsável pelo teatro, atualmen­te é presidida por Mariana Jábali. “A data de hoje para o Theatro Pe­dro II é importantíssima. O Brasil é um país novo e comemorar 90 anos de um patrimônio ligado à cultura, ligado às artes realmente é um privilégio. Nesses 90 anos, a homenagem é para as pessoas que, no final da década de 20, ti­veram a ideia de construir algo ousado para a época”, diz.

“Homenageamos também as centenas de operários de Ribeirão e região que fizeram parte da restauração e mo­dernização do Theatro. Esses operários aprenderam a arte de esculpir, tornando-se ver­dadeiros artesãos e artistas”, emenda Mariana Jábali.

“Temos que registrar tam­bém a responsabilidade e o cui­dado com o nosso teatro, porque ele não é somente um importan­te ponto turístico da nossa cida­de e sim um ícone, uma referên­cia do que representa a cultura para a nossa Ribeirão, região e para o Brasil. Portanto, valori­zar nosso Pedro II é reconhecer a cultura como instrumento de transformação de crianças e jo­vens e prestigiar tantos talentos que passaram por este palco e, com certeza, ainda passarão por muitos e muitos anos”, completa.

O teatro foi construído entre 1928 e 1930 a pedido do advogado João Alves Mei­ra Júnior, um dos fundadores da Cia. Cervejaria Paulista. O projeto foi elaborado pelo arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior, e a parte estru­tural da construção coube à empresa alemã Kemmitz. Em 15 de julho de 1980, durante a exibição do filme “Os Três Mosqueteiros Trapalhões”, um incêndio destruiu a co­bertura, o forro do palco e grande parte do interior, in­cluindo-se o teto.

A reconstrução só teve início mais de dez anos de­pois, em 1991, liderada pela construtora Jábali Aude. A reinauguração aconteceu em 1996. Durante cinco déca­das, foi a principal referência cultural da cidade e centro de acontecimentos políticos e sociais, recebendo grandes companhias teatrais e operís­ticas do exterior.

Na década de 1960, o pré­dio passou por reforma que o descaracterizou. Vários ele­mentos decorativos foram des­truídos, a plateia foi reduzida e placas de madeira encobriram camarotes, frisas e galerias la­terais para transformá-lo em cinema. Os sinais da decadên­cia levaram o teatro a mudar de proprietários.

A Companhia Cervejaria Antarctica adquiriu a Com­panhia Cervejaria Paulista, antiga proprietária. Entre as décadas de 1950 e 70, o subso­lo do teatro foi transformado em salão de bailes de carnaval. Fora do período carnavalesco, era transformado em sala de jogos. O local ficou conhecido como “Caverna do Diabo”.

Depois do incêndio, cam­panhas pedindo a preservação do patrimônio foram reali­zadas e, no dia 7 de maio de 1982, o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artísti­co, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Con­dephaat). Na fase de reforma, a cúpula metálica da plateia principal foi reconstruída pela artista plástica Tomie Ohtake (1913-2015) e a caixa cênica foi rebaixada em seis metros.

Foi criado um subsolo com mais dois níveis: espaços para serviços de apoio artísti­co, oficina de cenário, carpin­taria e almoxarifado técnico. Os ferros retorcidos na cúpu­la do teatro são uma alusão às chamas do incêndio de 1980, ideia de Tomie Ohtake.

Lustre “Gota D’Água”
Desenhado pela artista Tomie Ohtake, o lustre de cristal “Gota D’Água” é co­berto por uma cúpula de ges­so estrutural, com a fixação de lâmpadas especiais que fazem suas luzes passar por entre os recortes, criando um efeito escultural único. Com 1,4 mil quilos, tem 2,7 metros de altura por 2,2 metros de largura e possui mais de 80 lâmpadas.

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