Nos idos de 1994 do século passado, como professor universitário titular de Radioquímica, Físicoquímica e Termodinâmica, fui convidado pela representante da Região Sudeste do Brasil ( SP, MG, RJ e ES) no Conselho Nacional de Meio Ambiente – órgão máximo de Meio Ambiente do país, a apresentar um parecer a respeito da Usina Nuclear de Angra 2, àquela época ainda em fase de construção e, como acredito, até hoje não terminada… As duas unidades foram construídas numa praia chamada Itaorna, que em tupi-guarani significa “pedra podre”.
A Usina Nuclear de Angra 1, de forma quase aleatória já estava funcionando como um vagalume pois, acendia e apagava a todo momento, causando elevados custos de manutenção.
O projeto de ANGRA 3 ainda fora de execução, remonta o final do século passado quando não haviam ocorrido os acidentes a saber:
– 1979 ThreeMileIsland – Estados Unidos, que por falhas múltiplas causaram o descontrole da temperatura fundindo o reator nuclear.
– 1986 Usina de Tchernobyl – União Sovietica, explodiu fazendo uma incrível distribuição de partículas radiativas pela atmosfera de grandes territórios e muitos deles estão interditados até os dias atuais.
– 2011 Usina de Fukushima – Japão onde ocorreu a fusão de três reatores, causando consequências similares às de Tchernobyl.
Além destes acidentes cujas consequências não foram totalmente sanadas, ocorrem com frequência pequenos incidentes nas usinas nucleares de nosso planetinha, cujos resultados não são totalmente conhecidos.
Sob o ponto de vista de produções de energia nuclear utilizáveis pela humanidade, ocorrem duas variedades: a fusão nuclear e a fissão nuclear; a primeira, a fusão é o que produz energia no sol, por exemplo. Provoca menos radiação em relação à fissão e, infelizmente ainda não foi obtida de forma comercial pela humanidade. A fissão se popularizou como produtora de energia alternativa. Caso ocorra qualquer acidente é altamente impactante não apenas ao meio ambiente como a todos os seres vivos próximos ou não do local!
Pelos comentários expostos na mídia a partir de meados de janeiro, há por parte de alguns políticos uma grande pressão para que ocorra o reinício das obras de Angra 3 interrompidas, felizmente em 2016. É bom que se saiba ser hoje um projeto obsoleto principalmente com relação ao fator segurança.
Vamos aos fatos: a “Terra Brasilis” é um dos maiores sistemas territoriais do planetinha. Como tal, tem uma disposição de energias a saber: a energia eólica, pois os ventos são dominantes em determinados pontos de seu território praticamente 365 dias por ano.
A recente energia fotovoltaica que está começando a ser comercializada de forma fantástica pela economia e flexibilidade de fornecimento. É bom lembrar que o sol se apresenta quase todos os dias do ano brilhante em nossa “Terra Brasilis”.
A produção de energia por pequenas hidrelétricas interligadas e não mastodontes como o Belo Monte e Itaipu, cujo funcionamento causa sérios prejuízos ambientais. Tais usinas, inclusive têm um fator estratégico muito importante…
Não podemos nos esquecer da energia provinda das marés, ainda pouco desenvolvida, no entanto quando o for poderá ser utilizada em toda costa brasiliana.
O meu parecer ao CONAMA tinha cerca de cem páginas e foi totalmente contrário à continuidade de Angra 2 e, por óbvio os estudos de Angra 3, no entanto a ganância de petralhas e porque não do “Imperador Lulático Primeiro e Único” estão a todo instante voltando à mídia.
O atual ministro do Meio Ambiente é um notório conhecedor dos problemas ambientais brasilianos. Este é o momento dele se manifestar, portanto, como sempre encerro minhas crônicas: Com a palavra Senhor Ministro!