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Janeiro: dengue avança em RP

© Reuters/Paulo Whitaker/Direitos Reservados

O número de casos de den­gue no ano passado, em Ribei­rão Preto, é 20 vezes superior ao total de 2021 inteiro. Entre 1º de janeiro e 31 de dezembro, a cidade contabilizava 7.464 vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikun­gunya e amarela na área urba­na –, contra 360 de 2021.

Morte
São 7.104 a mais em 2022 e alta de 1.973%. A média de in­fecções no ano passado foi de 20 pacientes por dia na cida­de, quase um por hora. Além disso, o município confirmou a primeira morte em decor­rência da doença em 2022, se­gundo a Secretaria Municipal da Saúde. A vítima é uma se­nhora de 65 anos portadora de comorbidades. Em 2021 não houve óbitos na cidade.

Em 2020, ocorreram onze mortes, mas um caso era im­portado de São Simão. No total oficial, Ribeirão Preto fechou 2020 com dez ocorrências fa­tais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez mortos pelo Aedes aegypti é o maior em pelo menos seis anos (desde 2016). Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus.

Por mês
Os dados divulgados no novo painel de arboviroses da Secretaria Municipal de Saúde indicam 151 casos em janeiro deste ano, contra 53 do mesmo período do ano passado, 98 a mais e alta de quase 150%. A cidade teve recorde de chuva no mês passado, de 365 milí­metros, 36,1% acima da média histórica de 268,2 mm.

Também está 104% acima dos 74 casos de dezembro. São 77 a mais em janeiro. Os nú­meros mudam todo mês. Os dados divulgados neste sábado (4) não incluem fevereiro. Em novembro e outubro foram 65, e em setembro, 87. O aumento de casos da doença acende o sinal de alerta na cidade, ainda mais neste verão, com volume de chuva bem acima da média para o período.

Em 2021, o número de ca­sos despencou em Ribeirão Preto, na comparação com o ano anterior. Segundo dados do Boletim Epidemiológi­co, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde, em 2020 foram registrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.246 a menos. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga 18.758 pacientes que podem estar com a doença – aguarda exames.

O número total de vítimas do Aedes aegypti em 2020 é 21,3% superior ao de 14.520 pessoas infectadas em 2019 – de acordo com dados atuali­zados pela Secretaria da Saúde –, 3.086 ocorrências a mais. A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue foi há quase três anos, desde a primeira metade de 2020, a sexta em onze anos.

Faixa etária
Na época, a média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora. Em 2022, as pessoas com idade entre 20 e 39 foram as principais vítimas do mosquito com 2.887 ocor­rências, seguidas por quem tem entre 40 e 59 anos (1.835), crianças e adolescentes de 10 a 19 anos (1.146), idosos de 60 anos ou mais (767), crianças de 5 a 9 anos (516), de 1 a 4 anos (260) e menos de um ano (53).

Neste ano, 52 pessoas têm entre 20 e 39, outras 40 estão na faixa dos 40 a 59 anos, 24 têm mais de 60 anos, 22 estão entre 10 e 19 anos, sete são crianças de 5 a 9 anos, cinco têm entre 5 e 9 anos e tem um bebê com menos de 1 ano de idade. São 71 casos na Zona Leste, 35 na Oeste, 14 na Sul, 18 na Central e nove na região Norte, além de quatro sem identificação de distrito.

Regiões
Em 2021, a Zona Leste li­derou com 165 ocorrências. Depois aparecem as regiões Oeste (63), Norte (51), Sul (47) e Central (34). Em 2022 foram 2.436 na Zona Leste, 1.752 na Norte, 1.287 na Oeste, 1.061 na Central e 911 na Sul, além de quatro registros sem identifi­cação de distrito. Em 14 anos, Ribeirão Preto já registrou 148.814 casos de dengue, mas este número pode ser quatro vezes superior – de 595.256.

Em 2021, Ribeirão Preto também teve dois casos de fe­bre chikungunya importados da Praia Grande, no litoral sul de São Paulo, e Goiânia, capital do Estado de Goiás. Em 2022 foram três ocorrências, uma ocorrência importada do Piauí e outra do Tocantins, além de uma autóctone. Não há casos de zika vírus e febre amarela em 2021, 2022 e neste ano.

Em 2019, a cidade regis­trou 79 casos de sarampo. Em 2020, mais quatro, totalizando 83 desde então. Não há ocor­rências nos três últimos anos. Oitenta por cento dos focos de dengue estão dentro das casas da cidade. Cerca de 100 tone­ladas de materiais que podem servir de criadouros para o mosquito foram retiradas das casas durante arrastões de lim­peza somente em 2022, além de milhares de pneus abando­nados em terrenos baldios.

Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.384 casos
2012 – 317 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 271 casos
2019 – 14.520 casos
2020 – 17.606 casos
2021 – 360 casos
2022 – 7.464 casos

Total desde 2009: 148.814, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 595.256

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