Tribuna Ribeirão
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Expectativa de vida tem ligeiro aumento

© Tomaz Silva/Agência Brasil

A expectativa de vida ao nascer no Brasil em 2020 era de 76,8 anos, alta de dois meses e 26 dias em relação ao ano an­terior (76,6 anos). Segundo o Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística (IBGE), no en­tanto, a idade foi estimada caso o país não tivesse passado pela pandemia de covid-19. É espe­rado que o aumento no núme­ro de óbitos em decorrência da doença tenha abreviado essa esperança de vida, dado que só deve aparecer nos números de 2022 (divulgados em 2023).

Portanto, o IBGE não con­sidera a crise de mortalidade provocada pela doença naque­le ano. “O que eu não consigo é mensurar agora quanto (a pandemia) afetou em 2020 e 2021. Para fazer esse cálculo, preciso de dados mais robus­tos, mas sem dúvida o impacto é negativo”, confirma a demó­grafa Izabel Guimarães Mar­ri, gerente de população do IBGE. De acordo com o insti­tuto, sem considerar os efeitos da covid-19, a expectativa de vida para os homens era de 73,3 anos em 2020.

Já para as mulheres, a es­perança de vida era de 80,3 anos. A expectativa de vida aos 60 anos de idade para ambos os sexos seria de 22,0 anos, sendo de 20,8 anos para os homens e 24,6 anos para as mulheres. “Assim que a pan­demia for controlada (…), a expectativa de vida volta a ser o que era antes”, prevê Izabel. “Isso não vai permanecer no longo prazo”, conclui.

O IBGE explica que uma análise do aumento de óbitos acarretado pela pandemia para o Brasil e cada unidade da fe­deração foi feita na publicação das Estatísticas do Registro Civil, na semana passada. A expectativa de vida é parte da pesquisa chamada Tábuas de Mortalidade, que são calcula­das a partir de projeções popu­lacionais, baseadas nos dados dos censos demográficos.

“Após a divulgação dos resultados de cada Censo De­mográfico, o IBGE elabora novas tábuas de mortalidade projetadas. As últimas tábuas foram construídas e projetadas a partir dos dados de 2010, ano de realização da última opera­ção censitária no Brasil”, diz. “Da mesma forma, um novo conjunto de tábuas de morta­lidade será elaborado após a publicação dos resultados do Censo 2022, quando o IBGE terá uma estimativa mais pre­cisa da população exposta ao risco de falecer e dos óbitos observados na última década”, informa o IBGE, em nota.

O aumento, embora pe­queno, mantém a tendência de crescimento da taxa por anos consecutivos. Há quase dez anos, em 2011, a esperan­ça de vida do brasileiro era de 74,1 anos. No ano seguinte, passou para 74,6 anos e de­pois para 74,9 anos. Em 2014, a taxa ficou em 75,2 anos; em 2015, em 75,5 anos; em 2016, 75,8 anos; em 2017, 76 anos; e, em 2018, foi de 76,3 anos. Segundo especialistas, há ex­pectativa de queda da espe­rança de vida por causa da pandemia, o que ainda não é observado nas estatísticas.

Os dados apontaram uma alta de 14,9% no número de mortes no Brasil em relação a 2019, sendo maior para ho­mens (16,7%) do que para as mulheres (12,7%). Houve re­dução nas mortes para meno­res de 20 anos de idade, mas concentração do aumento dos óbitos entre 60 e 80 anos. Esse aumento das mortes no ano de 2020, quando incorpora­do aos cálculos das Tábuas de Mortalidade, “deverá redu­zir a expectativa de vida dos brasileiros nos anos afetados pela pandemia”, reconheceu o IBGE na nota técnica.

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