As vendas da promoção Black Friday, nesta sexta-feira, 26 de novembro, devem movimentar o varejo ribeirão-pretano, tanto o físico quanto o eletrônico. Nesta época, que antecede o Natal consumidores de todo o mundo vão às compras de fim de ano, atrás de preços mais atrativos. De acordo com projeção do Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto e Região (Sincovarp) – atende 43 cidades –, é esperada alta de 17,5% nas vendas em novembro na comparação com o mesmo período de 2020.
Esta será a primeira onda de vendas de fim de ano, uma vez que coincide com a primeira parcela do décimo terceiro salário. O presidente do Sincovarp e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Ribeirão Preto, Paulo César Garcia Lopes, informa que muitos aproveitam os descontos da Black Friday para garantir a compra de presentes de Natal pagando menos.
“Nos últimos anos, a Black Friday tornou-se uma das mais importantes datas do calendário sazonal do comércio. A expectativa para 2021 é positiva até porque o comércio de Ribeirão Preto vem apresentando aumento de vendas por cinco meses consecutivos”, diz Garcia Lopes.
Contudo, essa expectativa não é compartilhada pelo gestor de Comunicação e Relações Institucionais da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), Carlos Ferreira. Para ele, mesmo sabendo que a Black Friday irá impulsionar as receitas de inúmeros estabelecimentos, a avaliação neste ano é bem pouco otimista.
“Isso ocorre justamente pela alta nos preços e menor renda disponível para consumo, limitando o potencial de compra dos consumidores como um todo”, diz. Ele ressalta que, apesar da alta na inflação e da redução da renda, é um momento para buscar oportunidades de compra.
Carlos Ferreira ainda pontua que os dez produtos mais buscados, segundo ranking do Buscapé, são celular e smartphone, fogão, TV, geladeira, lavadora de roupas, notebook, tênis, ar-condicionado, pneus para carros e guarda-roupas. A partir disso, acredita que a realidade de Ribeirão Preto não será muito diferente da nacional.
Décimo terceiro
Em Ribeirão Preto, o montante esperado para o ano passado era de R$ 25,3 milhões, acréscimo de R$ 500 mil em relação aos R$ 24,8 milhões de 2019, alta de 6%, já descontada a inflação e com crescimento real de 1,8%. Um levantamento realizado pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (Iemb) da Acirp aponta que o pagamento das duas parcelas do décimo terceiro salário deve injetar R$ 652.574.613,58 líquidos na economia ribeirão-pretana.
Serão beneficiados 230.967 trabalhadores com carteira assinada. A primeira parcela – livre de descontos – deve injetar R$ 366.614.951,45 em Ribeirão Preto até 30 de novembro. Já a segunda, com os descontos previstos em lei, será de R$ 285.959.662,13 e terá de ser paga até 20 de dezembro. O valor é a soma das folhas de pagamentos dos cinco principais setores da economia ribeirão-pretana: comércio, serviços, indústria, construção civil e agropecuária.
E-commerce
A cada ano que passa, a Black Friday mostra por que deve ser considerada a principal data do e-commerce brasileiro – e a edição de 2021 não vai ser diferente. Levantamento da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) indica crescimento significativo nas vendas e no faturamento.
As lojas virtuais do Brasil devem movimentar R$ 6,38 bilhões apenas nas 24 horas da sexta-feira. É um crescimento 25% superior ao faturamento registrado em 2020, que já havia sido positivo em razão da aceleração digital provocada pela pandemia de covid-19. Na ocasião, as vendas passaram de R$ 5,1 bilhões.
Ao todo, mais de 10,28 milhões de pedidos serão concluídos ao longo da Black Friday, com um tíquete médio de R$ 620 – no ano passado, o valor médio foi de R$ 668,70. As categorias “informática”, “celulares”, “eletrônicos”, “moda e acessórios” e “casa e decoração” estão em alta no período.