Nesta quarta-feira, 27 de maio, depois de quatro meses, a Secretaria de Trabalho do Ministério da Economia divulgou os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). De acordo com a pasta, a pandemia do novo coronavírus obrigou a economia de Ribeirão Preto a encerrar 5.038 vagas de emprego com carteira assinada.
Em abril, a cidade admitiu 3.577 pessoas e demitiu 8.615. O déficit de 5.038 postos de trabalho é quase seis vezes superior ao superávit de do mesmo mês do ano passado, quando os principais setores da economia ribeirão-pretana geraram 1.053 empregos formais – fruto de 9.003 contratações e 7.950 dispensas. A queda passa de 578%. Significa que 6.091 trabalhadores perderam a fonte de renda.
No acumulado do ano, entre 1º de janeiro e 30 de abril, o déficit do emprego formal é inferior porque, antes da pandemia, a economia local dava sinais de recuperação. Em quatro meses, o saldo negativo é de 4.727 vagas extintas, resultado de 30.214 admissões e 34.941 demissões. No mesmo quadrimestre de 2019, Ribeirão Preto contabilizava a geração de 2.390 postos de trabalho, fruto de 35.054 contratações e 32.664 dispensas.
A diferença entre os dois quadrimestres é de 7.117 vagas. A queda chega a 297,8% em 120 dias de 2020. O saldo atual é quase três vezes inferior ao dos quatro primeiros meses do ano passado. O salário médio real de admissão no Brasil passou de R$ 1.496,92 em abril de 2019 para R$ 1.814,62 no mês passado.
No Brasil, as demissões superaram as contratações com carteira assinada em 860.503 postos de trabalho, em abril. Foram 1.459.099 desligamentos e 598.596 contratações. Segundo o Ministério da Economia, os dados mostram que a queda no número de contratações contribuiu de forma expressiva para o saldo negativo de empregos formais. Enquanto as demissões tiveram um incremento de 17,2%, as admissões caíram 56,5% na comparação com abril de 2019.
Em valores nominais, São Paulo teve o pior desempenho, com saldo negativo (mais demissões do que contratações) de 260.902. O estado é seguido por Minas Gerais com 88.298 demissões; Rio de Janeiro, 83.626, e Rio Grande do Sul, 74.686 demissões. De janeiro a abril de 2020 foram 4.999.981 admissões e 5.763.213 demissões no país, com resultado negativo de 763.232. As admissões caíram 9,6% e as demissões subiram 10,5% no período.
Ribeirão Preto fechou o ano passado com superávit de 3.260 vagas – fruto de 99.483 admissões e 96.223 demissões –, 53,1% abaixo do saldo de 2018, de 6.958 novos empregos formais (96.236 contratações e 89.278 rescisões), com 3.698 carteiras assinadas a menos em 2019. Mesmo assim, a cidade obteve o quarto superávit mais expressivo do estado.
Ficou atrás da capital (80.831), Barueri (7.546) e Suzano (4.917). O resultado mais expressivo da última década na cidade foi registrado em 2010, quando fechou o período com saldo de 14.352 empregos formais, fruto de 109.136 admissões e 94.784 demissões. Já o pior desempenho foi constatado em 2015, no auge da crise econômica, com déficit de 6.323 postos de trabalho – 98.572 contratações e 104.895 rescisões.
Mudanças no Caged
Os dados dos municípios por segmento não foram divulgados por causa de uma inovação do Caged, o agrupamento de setores da economia. Até dezembro passado, eram oito: comércio, serviços industriais de utilidade pública (Siup), extrativa mineral, administração pública, agropecuária, construção civil, indústria de transformação e serviços. Com a reformulação, os dados estarão na mesma divisão feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
São eles: comércio, serviços, indústria geral, construção civil e agricultura. No intervalo de janeiro a abril de 2020, em todo o Brasil, a agricultura teve saldo positivo de 10.032 empregos, resultado de 275.464 contratações e 265.432 demissões. O resultado da construção civil ficou negativo em 21.837. Comércio teve saldo negativo de 342.748, serviços resultado negativo de 280.716 e indústria também negativo, em 127.886.